Apesar de a Abelha da China constituir o que podemos denominar como imprensa colonial, este periódico tem a particularidade de permitir à elite colonial local construir um discurso político e difundi-lo na esfera pública, à revelia das orientações da administração colonial de então. Fundado em Setembro de 1822 e sendo publicado até Dezembro de 1823, constitui um verdadeiro documento sobre a elite colonial de Macau e sobre o posicionamento político que esta assumiu nos destinos do então território sob administração colonial. Trata-se, igualmente, de um testemunho da receção do liberalismo e da tentativa de construção de uma identidade política autónoma neste território. O objetivo deste trabalho é analisar a construção de um discurso político autóctone através deste periódico (o nosso objeto de estudo) que oscila entre um estilo de imprensa oficial e alguns conteúdos de imprensa independente, como por exemplo, a publicação de opinião.

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