A proposta do Iscte Saúde foi selecionada para integrar a Ronda Nacional de Estudo de Opinião. O estudo está integrado numa iniciativa europeia, também implementada na Áustria, Bélgica, República Checa, Finlândia, França, Hungria, Islândia, Itália, Eslovénia, Suécia e Reino Unido.
O módulo criado pelo Iscte Saúde, sob o tema "Saúde Digital: atitudes e antecedentes", será aplicado em Junho 2022, sob coordenação da investigadora Alice Ramos do Instituto de Ciências Sociais - coordenadora nacional do European Social Survey e do Estudo de Opinião em Portugal.
Este inquérito permitirá, pela primeira vez, conhecer e compreender a posição dos portugueses face às tecnologias digitais na saúde.
Hoje em dia, a saúde digital é uma peça fundamental dos sistemas de saúde. Impulsionado pela pandemia, o uso de soluções de saúde digital, que já vinha crescendo, deu um salto muito significativo e, em 2020, o mercado mundial da saúde digital foi avaliado em mais de 170 mil milhões de euros e estima-se que este valor exceda os 400 mil milhões de euros até 2024.
No entanto, pouco se sabe sobre como os cidadãos pensam a saúde digital, e quais os fatores que facilitam a sua adesão a estes serviços.
A proposta do Iscte Saúde, para além do seu valor académico, criará o primeiro conjunto de dados válidos para Portugal sobre esta temática emergente em todo o mundo – a da saúde digital. Uma vez que este módulo ficará associado à Ronda 10 do Inquérito Social Europeu, será possível associar esta informação a variáveis ligadas ao posicionamento político, à inserção em redes sociais e mesmo a indicadores de saúde dos respondentes. Estes resultados são tanto mais importantes quando estamos num país em que a literacia de saúde é reconhecidamente baixa.