Agentes de coesão social e facilitadores do entendimento intercultural, as instituições culturais podem desempenhar um papel crucial na sociedade contemporânea, contribuindo ativamente para moldar as identidades coletivas de uma sociedade e na promoção da compreensão entre diferentes comunidades. Distantes da função inicial de preservação de património, mas sem nunca descurar a sua função original que é, aliás, o seu mote, atingem hoje a plena maturidade para eficazmente criarem sinergias e promover a interação entre diferentes setores da sociedade. Num cenário sociocultural marcado pela diversidade de narrativas e pela hiperconexão global, as
instituições culturais atuam como catalisadoras da compreensão mútua, câmaras de ressonância onde diversas perspetivas podem convergir, estimulando o diálogo intercultural e promovendo a tolerância. A porosidade dessas instituições, isto é, a sua capacidade de absorverem novas ideias e de serem permeáveis a influências externas, amplifica o seu impacto na construção de pontes entre diferentes comunidades e dota-as de condições únicas enquanto agentes de mudança e inovação social e cultural.

O desenvolvimento da avaliação de impacto tem demonstrado avanços notáveis, à medida que se reconhece a importância de medir de modo abrangente os resultados de políticas e projetos. As pesquisas mais recentes têm destacado a importância de métodos mistos, combinando abordagens qualitativas e quantitativas, incorporando as narrativas das comunidades envolvidas no processo de avaliação e contribuindo para práticas mais inclusivas e culturalmente sustentáveis. No contexto específico da avaliação de impacto cultural em território português, a recente apresentação pública da metodologia do Compromisso de Impacto Social das Organizações Culturais (CISOC), promovido pelo Plano Nacional das Artes com o apoio do Observatório Português das Atividades Culturais, configura um avanço recente muito relevante para a atividade de agentes e instituições culturais no domínio do planeamento, monitorização e autoavaliação das suas práticas.

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