Aequitas@DigiHealth
Co-design para uma saúde digital equitativa
Descrição

No âmbito da equidade digital identificam-se três condições necessárias para garantir o usufruto dos benefícios decorrentes da transformação digital: acesso a infraestruturas digitais e conetividade, competências de literacia digital que permitem uso responsável/consciente de diferentes tecnologias, e motivação para uso alargado destas tecnologias. A pandemia da SARS COV-2 veio acentuar a importância destas premissas, revelando desigualdades que condicionam a confiança, segurança e valor da utilização de tecnologias digitais nos serviços essenciais, especialmente nos cuidados de saúde.

Assumindo que a saúde digital é um complemento imperativo num serviço de saúde que se queira próximo do cidadão, torna-se importante perceber a forma como a sua universalização responde às necessidades individuais de saúde/doença e como propicia uma relação terapêutica eficaz entre utente e profissional de saúde.

Assentes nas premissas de equidade digital e pelos princípios da centralidade na pessoa, o presente estudo tem como objetivo geral avaliar a adequação de um modelo teórico de saúde digital equitativa na perspetiva de utilizadores e gestores dos serviços de saúde, bem como profissionais de saúde.

Investigadoras Responsáveis: Elzbieta Bobrowicz-Campos e Filipa Ventura. Equipa: Bárbara Pedro, Elaine Santana, Hugo Loureiro, Inga Doneci, Joana Bernardo, Lara Cunha, Marta Matos e Rosa Silva.


Instituições Parceiras: Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E) da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) da Escola Superior de Enfermagem do Porto.

Desafio

Na última década, a saúde digital passou a ser um pilar essencial de qualquer modelo de prestação de cuidados de saúde que se pretenda sustentável e próximo do cidadão. Ainda que permanecem preocupações relativamente ao impacto da sua integração generalizada nos sistemas nacionais de saúde para o cumprimento dos princípios básicos da equidade em saúde, sendo a origem das mesmas relacionada com a existência de desigualdades resultantes do acesso deficitário às tecnologias digitais ou do uso limitado das mesmas por falta de competências de literacia digital ou de motivação. A supressão dessas desigualdades é uma condição obrigatória para a saúde a saúde digital ser um fator que favorece a saúde populacional ao nível global, regional e local, e não um fator que contribui para a exacerbação das fragilidades dos grupos socialmente excluídos, vulneráveis ou em risco de marginalização.

Abordagem

Objetivos do Projeto:
Assentes nas premissas de equidade digital e pelos princípios da centralidade na pessoa, o presente projeto tem como objetivo geral avaliar a adequação de um modelo teórico de saúde digital equitativa na perspetiva de utilizadores e gestores dos serviços de saúde, bem como de profissionais de saúde.

Mais especificamente, pretende-se:

- Traduzir, adaptar culturalmente e validar para o contexto português o Instrumento de Avaliação de Aceitabilidade, Adequabilidade e Viabilidade de Intervenção (Weiner et al 2017), aplicado aos cuidados centrados na pessoa.

- Compreender os significados sociais, perceções, atitudes e opiniões de utilizadores dos cuidados de saúde, profissionais de saúde e gestores de serviços de saúde relativamente à saúde digital.

- Compreender os significados sociais, perceções, atitudes e opiniões de utilizadores dos cuidados de saúde, profissionais de saúde e gestores de serviços de saúde relativamente aos princípios da centralidade na pessoa aplicados aos cuidados de saúde.

- Validar um modelo teórico para uma saúde digital equitativa.

A abordagem metodológica proposta é de métodos mistos com desenho paralelo convergente. Numa primeira fase,construir-se-á um modelo teórico para uma Saúde Digital Equitativa com base numa revisão crítica de literatura científica e recomendações nacionais e europeias para a Saúde Digital e Cuidado Centrado na Pessoa. Numa fase seguinte, o modelo proposto será validado por utilizadores e gestores dos serviços de saúde, bem como por profissionais de saúde. Para tal, recorrer-se-á um estudo quantitativo que consistirá na implementação do Instrumento de Avaliação de Aceitabilidade, Adequabilidade e Viabilidade de Intervenção, previamente adaptado e validado para a população portuguesa. Recorrer-se-á também a um estudo qualitativo que, através de entrevistas semiestruturadas conduzidas no âmbito de grupos focais, permitirá captar uma diversidade de perspetivas, uma ampla gama de experiências e o consenso ou a discórdia socialmente construídos sobre os tópicos de interesse.

Impacto Investigação Académica

Espera-se que o projeto contribua para o avanço de conhecimento científico em relação à saúde digital equitativa (i.e. centrada na pessoa), tendo várias implicações na prática clínica, na organização dos serviços de saúde e na integração do cidadão nos cuidados de saúde.

Do projeto resultarão várias publicações em revistas científicas, destacando-se entre elas uma publicação focada no processo de tradução, adaptação cultural e avaliação psicométrica do Instrumento de Avaliação de Aceitabilidade, Adequabilidade e Viabilidade de Intervenção, e uma publicação referente à avaliação empírica do modelo teórico para a saúde digital equitativa.

O projeto contribuirá ainda para a formação de estudantes dos níveis de licenciatura, mestrado e doutoramento através do seu envolvimento nos processes de investigação.

Impacto Social e Económico

A importância crescente da saúde digital alinha-se com a aposta em estratégias promotoras de saúde e bem-estar, bem como em intervenções de apoio à pessoa para a autogestão da doença crónica.

Por conseguinte, no sentido de promover a saúde digital, urge

- compreender as necessidades, requisitos e perspetiva dos utilizadores finais (i.e., profissionais de saúde e gestores de serviços de saúde, bem como utentes) no contexto específico de prestação de cuidados em que este ocorrerá,

- e consciencializar todas as partes interessadas sobre a necessidade de um dialogo conjunto que permite repensar e reestruturar o sistema de saúde no sentido de o tornar mais integrado e mais próximo de cidadão.

 

A aplicação dos princípios da centralidade na pessoa aos cuidados de saúde configura-se como uma oportunidade de envolver o cidadão como parceiro no processo de cuidados, tendo impacto significativo no aumento de ganhos em saúde e diminuição de custos, e constituindo assim um pilar essencial para a  sustentabilidade do sistema de saúde face aos múltiplos desafios presenciados no atual contexto social.

Parceiros Internos
Centro de Investigação Grupo de Investigação Papel no Projeto Data de Início Data de Fim
CIS-Iscte Saúde para todos Líder 2023-01-24 2023-09-30
Parceiros Externos
Instituição País Papel no Projeto Data de Início Data de Fim
Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) Portugal Parceiro 2023-01-24 2023-09-30
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) Portugal Líder 2023-01-24 2023-12-31
Equipa de Projeto
Nome Afiliação Papel no Projeto Data de Início Data de Fim
Elzbieta Bobrowicz-Campos Investigadora Integrada (CIS-Iscte); Investigadora Responsável 2023-01-24 2023-09-30
Marta Osório de Matos Investigadora Integrada (CIS-Iscte); Investigadora 2023-01-24 2023-09-30
Financiamentos do Projeto

Não foram encontrados registos.

Outputs (Publicações)
Dados de Investigação Relacionados

Não foram encontrados registos.

Referências nos Media Relacionadas

Não foram encontrados registos.

Outputs (Outros)
Ano Tipo de Output Nome Descrição Participantes
2023 Outro Evento Oficina "Saúde digital para todos com todos" Oficina "Saúde digital para todos com todos", com atividades destinadas a alunos de diferentes níveis de ensino, realizada no âmbito da Noite Europeia dos Investigadores 2023 e integrada no projeto Science Multiverse coordenado pelo INOVA+. Elzbieta Bobrowicz-Campos, Filipa Ventura, Bárbara Pedro, Elaine Santana, Hugo Loureiro, Inga Doneci, Joana Bernardo, Lara Cunha
Ficheiros do projeto

Não foram encontrados registos.

Com o objetivo de aumentar a investigação direcionada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030 das Nações Unidas, é disponibilizada no Ciência-IUL a possibilidade de associação, quando aplicável, dos projetos científicos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estes são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável identificados para este projeto. Para uma informação detalhada dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, clique aqui.

Co-design para uma saúde digital equitativa
2023-01-24
2023-12-31