A recente crise financeira teve um impacto dramático a nível económico, político e social, em todo o mundo. As instituições financeiras estiveram no epicentro desta tempestade, tendo sido acusadas por investidores, credores e reguladores de despoletar a crise. Ao mesmo tempo as instituições financeiras sofreram efeitos drásticos ao nível da sua performance financeira e reputação pública. Embora a crise seja um fenómeno mundial, o seu impacto foi particularmente evidente em Portugal, onde o sector bancário foi gravemente afetado.
Uma vez que as crises são fenómenos recurrentes, é importante para os investidores, credores, reguladores, e para a sociedade em geral perceber as mudanças que as crises geram no sector financeiro e os mecanismos usados para recuperar das mesmas. O funcionamento eficaz dos mercados financeiros é essencial para o desenvolvimento económico dos páises. Esteprojeto estuda os efeitos da crise de 2008 na divulgação de informação das instituições financeiras em diversos países.
Dois aspetos importantes a levar em consideração no estudo das instituições financeiras são a complexidade dos seus negócios e a existência de regulamentação especifíca. Adicionalmente, existe um crescente nível de divulgação de informação por parte das entidades, devido ao aumento de regulação e ao maior escrutínio público. Quais as alterações na divulgação de informação das instituições financeiras geradas pela crise? Como é que investidores e outros agentes económicos avaliam essa informação? Como é que a mesma influencia os mercados financeiros? E a reputação da banca? A resposta a estas questões é de interesse para os agentes económicos e os responsáveis pelas políticas económicas dos países.
A divulgação de informação, interpretada como a escolha da quantidade e qualidade da informação divulgada, pode ser quantitativa e de orientação financeira ou qualitativa e orientada para stakeholders não financeiros (vertente de responsabilidade social corporativa). Neste projecto analisamos os dois tipos de divulgação de informação feita por bancos de todo o mundo no período 2005 a 2015. Este período permite estudar os efeitos da a crise finnaceira de 2008 e bem como os efeitos de alterações na regulamentação do sector bancário na Europa (Directiva da União Europeia relativa aos requisitos de capital, 2014).
De modo a identificar os níveis de divulgação dos bancos o primeiro estudo cria um índice de divulgação que identifica separadamente as divulgações obrigatórias e as voluntárias, abranjendo todos os tipos de riscos identificados na Directiva da União Europeia relativa aos requisitos de capital: risco de crédito, de mercado, operacional, de taxa de juro e de capital próprio. Estudaremos também a associação deste índice com diferentes variáveis de interesse para o mercado de capitais (assimetria de informação, rendimentos, e medidas de risco de mercado).
O segundo estudo do projeto analisa as divulgações sobre o risco de crédito próprio. O conteúdo informativo das alterações no risco de credito próprio tem sido um dos aspectos mais controversos do projecto da mensuração ao justo valor levado a cabo pelos organismos de normalização contabilística internacionais. Recentemente foi recomendado re-avaliar se a inclusão do risco próprio da entidade na mensuração de responsabilidades financeiras fornece aos investidores informação importante para a tomada de decisão, mas evidência empírica é ainda reduzida. A importância do tópico para o mercado de capitais leva-nos a estudar a relevância das divulgações sobre risco de crédito próprio na percepção de risco por parte dos investidores. O terceiro estudo analisa as divulgações relacionadas com a responsabilidade social corporativa, que têm vindo a tornar-se parte essencial dos relatórios anuais. No âmbito do nosso projeto é importante perceber se e como as instituições financeiras que divulgam mais informação sobre as suas atividades de responsabilidade social corporativa criam valor e se nas suas decisões de atribuição de crédito têm em conta o nível de responsabilidade social das empresas suas clientes. Caso o façam, a questão ques e coloca é: quais são as consequências económicas para os bancos e para os clientes dessas decisões?
O último estudo investiga se, e de que forma, a divulgação de atividades de responsabilidade social ajuda os bancos a reparar a sua reputação depois da crise financeira, de modo a reconstruirem a relação com os seus clientes, trabalhadores e investidores. Comunicar informação de modo positivo e fidedigno é central para os bancos na reconstrução dessa confiança. Nesta tarefa analisamos se as instituições financeiras aumentam as divulgações de responsabilidade social corporativa e tornam o tom das suas comunicações mais positivo, de modo a melhorar a sua imagem pública (como defendido pela teoria da sinalização), e a criar uma impressão positiva que compense a deterioração do desempenho financeiro verificado durante o período da crise.
Centro de Investigação | Grupo de Investigação | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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BRU-Iscte | -- | Parceiro | 2018-01-15 | 2018-01-15 |
Instituição | País | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (FE/UNL) | Portugal | Líder | 2018-01-15 | 2018-01-15 |
Nome | Afiliação | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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Helena Oliveira Isidro | Professora Catedrática (DC); Investigadora Integrada (BRU-Iscte); | Investigadora | 2018-01-15 | 2018-01-15 |
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