Na minha tese de mestrado “Sinais de consciência. Os desafios da realidade contemporânea na construção da paisagem” defendida em 2010, apresentei uma proposta de projeto para os bairros informais da Cova do Vapor e dos Torrões (Costa da Caparica) que incluiu a redefinição do desenho dos núcleos habitacionais, a construção de infraestruturas resilientes às alterações climáticas (subida do nível do mar), a recuperação dos ecossistemas dunares e o estímulo a uma economia local baseada na produção sustentável (agricultura, pesca, cultivo de algas), capaz de constituir um suporte para populações locais em condições de privação social. Em 2011 fui cofundador da Associação Chão de Gente formada por uma equipa interdisciplinar cujo objetivo era promover a sustentabilidade e a participação pública em torno das temáticas relativas ao desenvolvimento territorial. Neste âmbito organizámos o “Projecto Rio – Um factor de desenvolvimento e valorização de Tavira”. Este projeto integrado na plataforma Europeia “Places, cities for scientific culture” foi realizado em parceria com o Centro de Ciência Viva de Tavira e a Câmara Municipal de Tavira. O objetivo foi o de (re) equacionar a sustentabilidade do território de Tavira a partir das atividades que ocorriam ao longo do rio Gilão (desde a Serra à Ria formosa), nomeadamente a exploração florestal, agricultura, pesca, aquicultura, turismo. Para isso foram constituídos grupos de trabalho formados pela população e os principais Stakeholders do território que se juntaram nos Encontros do Rio. Estes encontros incluíram também um bloco de conferências com oradores convidados. Neste contexto para além de membro organizador, estive também envolvido na comunicação do projeto para um público abrangente, através da realização de um ‘teaser’ (vídeo) e de entrevistas para a rádio e jornais de referência (Diário de Notícias). Entre 2012 e 2015 fui assistente de investigação do projeto “PERIURBAN – Áreas periurbanas perante os desafios da sustentabilidade. Desenvolvimento de cenários para a AML. (DINAMIA’CETISCTE-IUL, IST, ISA-UTL). Participei em todas as fases de investigação nomeadamente: (1) revisão de literatura, análise documental, realização de entrevistas a atores locais (2) recolha, sistematização, tratamento e análise de dados estatísticos (socioeconómicos e territoriais) da Área Metropolitana de Lisboa, caracterização e avaliação da sustentabilidade das áreas periurbanas do ponto de vista social, económico, ambiental e institucional (3) desenvolvimento de cenários futuros para as zonas periurbanas da AML no âmbito de sessões participativas que envolveram a população e os principais stakeholders que atuam nestes territórios, (5) Participação na elaboração de um manual de boas práticas de sustentabilidade “Desafios do Periurbano” (DGT) e em diversas publicações e comunicações científicas. Em termos de funções específicas fui responsável por formar e gerir um painel de stakeholders, incluindo administração pública (local, regional, nacional), empresas (incluindo agrícolas), associações ou cooperativas, experts e comunidades locais que participou no desenvolvimento do projeto (produção de conhecimento transdisciplinar) ao longo de toda a sua duração. Fui simultaneamente responsável por organizar Workshops e gerir a comunicação do projeto (construção e atualização do site, publicação de newsletters e assessoria de imprensa). Em 2015 realizei um intercâmbio de investigação em Nova Delhi (India) no centro de Investigação CSSP (Centre for the Study of Science Policy, Jawaharlal Nehru University), integrado no projeto de investigação Europeu Crossing Boundaries: Knowledge and Technology Transfer and Innovation (Marie Curie Actions). O objetivo do intercâmbio foi a pesquisa sobre os fenómenos de informalidade e a evolução do sistema de planeamento urbano no contexto da Área Metropolitana de Nova Deli. Para este efeito realizei uma extensa revisão de literatura e conduzi um conjunto de entrevistas a membros de Administração central e regional bem como a centros de investigação e ONG’s. Em 2018 fui membro da comissão organizadora da conferência TICYURB’18 – Third International Conference of Young Urban Researchers (ISCTE-IUL) que envolveu a participação de mais de uma centena de investigadores, tendo estado envolvido em todas as fases da sua concretização. Já em 2020 prestei consultoria no âmbito da conferência internacional “Urban Futures Global Conference 2020” no âmbito da Capital Verde Europeia. Junto com colegas dos BagaBagaStudios e os parceiros da organização da conferência na Áustria, fomos responsáveis pela programação e produção do 3º dia da conferência. O objetivo foi organizar conjunto de encontros, visitas e eventos capazes de demonstrar boas práticas de sustentabilidade na AML e proporcionar o encontro com os seus principais City-Changers. Desde 2022 que presto consultoria científica no âmbito do projeto “A bomba relógio da Abstenção” – projeto de jornalismo de dados enquadrado na “European Data Journalism Network” e liderado pela “Divergente”, que incide sobre o fenómeno da abstenção a nível Europeu. Neste âmbito sou responsável pelo desenho e coordenação das metodologias de análise estatística e de georreferenciação espacial (Ciência de Dados) em conjunto com a professora e investigadora Margarida Peresterelo (ISTCTE/DINAMIA’CET). Em Setembro de 2023 defendi a minha tese de doutoramento. A investigação realizada incidiu sobre as assimetrias territoriais na Área Metropolitana de Lisboa e a sua correlação com fenómenos de vulnerabilidade urbana, social, económica, ambiental ou institucional. Para este efeito foram analisados e georreferenciados um conjunto diversificado de dados estatísticos que permitiram o mapeamento de um conjunto de fenómenos de polarização metropolitana (ex. gentrificação, desindustrialização, urbanização da pobreza e privação socioeconómica, urbanização intensiva, abandono rural), a partir do qual se procedeu a uma análise mais aprofundada a nível local, tendo como referência um conjunto de entrevistas realizadas a atores da administração pública. Pretendeu-se ainda enquadrar estas dinâmicas no âmbito das políticas urbanas, dos planos, das agendas económicas (nacionais e internacionais) e dos sistemas de governança (diferentes atores territoriais, públicos, privados, coletivos). Destaco ainda no âmbito do doutoramento, o mapeamento das zonas de maior precariedade urbana e social na AML através da georreferenciação de um índice de privação e urbanização da pobreza. Os temas da pobreza/informalidade, do acesso à habitação digna e acessível e da sustentabilidade urbana constituem uma parte relevante da minha investigação do doutoramento, mas também de um conjunto de crónicas que tenho vindo a escrever no jornal Público desde 2016.