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Marques Alves, P. (2024). Mulheres militantes: o processo de adesão à ação militante sindical de Maria Emília Reis, Judite Faquinha e Lurdes Domingues. Conferência “Mulheres com História e o 25 de Abril”.
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P. J. Alves,  "Mulheres militantes: o processo de adesão à ação militante sindical de Maria Emília Reis, Judite Faquinha e Lurdes Domingues", in Conferência “Mulheres com História e o 25 de Abril”, Lisboa, 2024
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TY  - CPAPER
TI  - Mulheres militantes: o processo de adesão à ação militante sindical de Maria Emília Reis, Judite Faquinha e Lurdes Domingues
T2  - Conferência “Mulheres com História e o 25 de Abril”
AU  - Marques Alves, P.
PY  - 2024
CY  - Lisboa
AB  - Esta comunicação tem por base uma investigação com a qual se procurou compreender como é que três mulheres se tornaram militantes sindicais e ativamente participaram no movimento sindical durante e após o PREC em três sindicatos distintos, dois da fileira têxtil e outro do sector social. Dito de outro modo, centrámo-nos nos processos conducentes à sua adesão à ação militante. Uma abordagem deste tipo implicou a tomada em consideração da variável tempo, um tempo que se divide em dois momentos: o primeiro, é o das trajetórias a montante da adesão, o que significa analisar as socializações primária e secundária; o segundo, é o da adesão em si, envolvendo as circunstâncias em que ocorreu.
Concluiu-se que o processo de adesão à ação militante é um processo social, pelo que são de rejeitar, entre outras, as explicações de carácter psicológico ou psicologizante baseadas na personalidade, na ideia da existência de um ajustamento psicológico ou atitudinal com o movimento (“union commitment”) ou em atributos psicológicos como a frustração ou a alienação.
A estas conceções, contrapõe-se um outro modelo. Assim, considera-se que a existência de uma socialização militante pode potenciar, mas não determina, uma identificação com o mundo sindical e com um projeto sindical concreto, bem como uma orientação para a ação militante, vista como necessária e legítima e que implica um investimento que envolve esforço e empenhamento. Mas, para que a passagem à ação militante se dê, é fundamental que existam determinados fatores estruturais. Deste modo, em última instância, é a estrutura das relações de e no trabalho que explica a adesão – ou não – à ação militante.
As mobilizações, quer por ocasião de um acontecimento histórico (por exemplo, o 25 de Abril), quer de um conflito de trabalho, quer ainda em torno de problemas relativos às condições de trabalho que urge resolver e que leva o coletivo de trabalhadores a considerar a necessidade de criação de organização sindical na empresa, originam um contexto propício à adesão à ação militante. Do mesmo modo que a presença quotidiana e a irradiação de um grupo sindical nos locais de trabalho é um elemento decisivo para a adesão de novos trabalhadores a este tipo específico de ação coletiva.
A pesquisa seguiu uma estratégia de tipo compreensivo. Nesse quadro, utilizou-se a “abordagem biográfica” Bertaux (1980), designação que este autor prefere às de “método das narrativas de vida” ou “método biográfico”, porque o que está em jogo não é somente a adoção de mais uma técnica de observação, antes se tratando de construir uma nova abordagem sociológica. A ótica é essencialmente antipositivista, mas também uma forma de evitar a ideologia biográfica, que Bertaux descortina na Escola de Chicago. Neste sentido, defende-se que se deve considerar as narrativas de vida não como histórias de uma “vida”, mas como “récits de pratiques”, o que significa que o objeto de estudo não é a “vida”, mas antes as trajetórias, as práticas, os projetos dos indivíduos, que são simultaneamente produto e produtores de história.
ER  -