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Nunes, N. (2012). Classes sociais, valores e ação coletiva na Europa. In Manuel Carlos Silva e João Valente Aguiar (Ed.), Classes, Políticas e Culturas de Classe: Capital, Trabalho e Classes Intermédias. (pp. 89-105). Vila Nova de Famalicão, Portugal: Húmus.
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N. F. Nunes,  "Classes sociais, valores e ação coletiva na Europa", in Classes, Políticas e Culturas de Classe: Capital, Trabalho e Classes Intermédias, Manuel Carlos Silva e João Valente Aguiar, Ed., Vila Nova de Famalicão, Portugal, Húmus, 2012, pp. 89-105
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TY  - CHAP
TI  - Classes sociais, valores e ação coletiva na Europa
T2  - Classes, Políticas e Culturas de Classe: Capital, Trabalho e Classes Intermédias
AU  - Nunes, N.
PY  - 2012
SP  - 89-105
CY  - Vila Nova de Famalicão, Portugal
UR  - https://ciencia.iscte-iul.pt/publications/classes-sociais-valores-e-acao-coletiva-na-europa/23042?lang=en
AB  - A ação coletiva constitui um desafio e um problema sociológico central para a compreensão das sociedades contemporâneas. Até que ponto é possível compreender a complexidade dos fenómenos sociais da ação coletiva e dos movimentos sociais a partir da problemática das desigualdades sociais, nomeadamente das desigualdades de classes? 
Ancorando sobretudo na consolidada abordagem teórica e analítica da sociologia das classes sociais e da estratificação, que cumulativamente se amplia no estudo das desigualdades sociais contemporâneas, procura-se avaliar a relevância da classe social e dos valores na constituição de ação coletiva. Investigam-se as consequências das classes sociais na esfera cultural e o modo como elas incorporam valores suscetíveis de produzir dinâmicas de ação coletiva na Europa.
Este é um contributo que se inscreve numa agenda das desigualdades sociais preocupada com as relações entre as classes sociais e a cidadania, com as interseções das classes com os seus contextos estruturais e culturais, atenta ao desenvolvimento de uma abordagem das desigualdades às escalas nacional e transnacional, e propondo novos indicadores que procurem explicar a complexidade das sociedades modernas.
Ao nível meta-teórico, procuram-se compreender as relações entre a estrutura, a cultura e a ação coletiva, quando, num primeiro momento, são atualizadas as teorias das classes sociais quanto à sua capacidade de recobrir o problema da ação coletiva; de seguida, apresentam-se os fundamentos problemáticos e operatórios para a acuidade da análise de classes no estudo da ação coletiva; para, finalmente, no plano substantivo-empírico, entendermos de que modo os contextos culturais e os valores das classes se imbricam profusamente nas regularidades estruturais e culturais da ação coletiva no que diz respeito ao contexto europeu.
Para uma adequada compreensão das relações entre a classe social, os valores e a ação coletiva na Europa, consideram-se as classes como lugares na estrutura social (lugares de classe) – categorias sociais em relação interdependente com os valores produzidos nos contextos estrutural e cultural –, e as classes como agregados significativos de dinâmicas sociais (classes de agentes), enquanto portadoras de valores (ou perfis cultu¬rais) mobilizáveis na ação coletiva.
A partir da utilização de inquéritos internacionais como o “European Social Survey” - que constitui atualmente uma importante ferramenta sociológica e de conhecimento da própria Europa – a análise que aqui se ensaia desdobra-se, fundamentalmente, a dois níveis principais: o das classes de agentes e o dos contextos culturais, que se convocam para analisar a variação do indicador de práticas de ação coletiva (IPAC), medida que poderá enriquecer a análise de classes nas sociedades contemporâneas.

ER  -