Exportar Publicação

A publicação pode ser exportada nos seguintes formatos: referência da APA (American Psychological Association), referência do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), BibTeX e RIS.

Exportar Referência (APA)
Coelho, J. V. (2019). Tempo, confiança, conflito: Trabalhar numa organização start-up. 2º Encontro Anual da Associação Portuguesa de Economia Política.
Exportar Referência (IEEE)
J. V. Coelho,  "Tempo, confiança, conflito: Trabalhar numa organização start-up.", in 2º Encontro Anual da Associação Portuguesa de Economia Política, Coimbra, 2019
Exportar BibTeX
@misc{coelho2019_1713959043989,
	author = "Coelho, J. V.",
	title = "Tempo, confiança, conflito: Trabalhar numa organização start-up.",
	year = "2019",
	howpublished = "Digital",
	url = "https://apeconomiapolitica.wixsite.com/inicio/2o-encontro-anual"
}
Exportar RIS
TY  - CPAPER
TI  - Tempo, confiança, conflito: Trabalhar numa organização start-up.
T2  - 2º Encontro Anual da Associação Portuguesa de Economia Política
AU  - Coelho, J. V.
PY  - 2019
CY  - Coimbra
UR  - https://apeconomiapolitica.wixsite.com/inicio/2o-encontro-anual
AB  - O universo start-up tem vindo a ser apresentado e representado, em termos públicos, mediáticos
e políticos, como uma possível nova via para o crescimento da economia nacional. A referência
a uma organização start-up, define, no presente, uma amenidade, uma platitude, correlativa da
ratificação laudatória dos seus méritos como factos consumados, indiscutíveis.

Não obstante a posição periférica que tende a caracterizar (e a apresentar) Portugal no quadro
europeu, diferentes fatores têm vindo a contribuir para que o país se afirme, em proporção com
a dimensão da sua economia e valor do PIB nacional, como uma referência no contexto europeu
de start-ups - um modelo a seguir, uma “nação start-up”. O (baixo) custo de vida, a qualidade
de vida, os (baixos) custos do trabalho, a qualificação dos trabalhadores (em particular, no
domínio das engenharias e das tecnologias de comunicação e informação), a abertura
intercultural, a segurança, a estabilidade institucional, são fatores tipicamente valorizados (e
celebrados), ao nível das práticas discursivas institucionais, como facilitadores da angariação
de investimento estrangeiro e da localização de organizações start-up e de profissionais em
território nacional.
Visões alternativas deste fenómeno são pouco frequentes ou pouco visíveis. Atendendo à
evidência empírica existente e tendo em conta a atenção e o investimento público que a recente
eclosão do fenómeno start-up tem suscitado em Portugal, considera-se relevante procurar
compreender esta realidade socioeconómica nas suas diferentes dimensões constitutivas. Em
particular, importa complementar as perspectivas macro e meso prevalecentes nos estudos que
têm vindo a ser realizados em Portugal acerca das organizações start-up, centrados na análise
do impacto das agendas de política pública e da estratégia industrial de agentes privados, ou no
papel de diferentes agentes económicos na configuração de clusters locais, regionais, nacionais
e internacionais de fomento de inovação.
A presente comunicação apresenta os resultados de uma pesquisa longitudinal concretizada no
decurso do ano de 2015, numa organização start-up, onde um dado empírico foi adotado como
horizonte de problematização, em termos analíticos: o elevado grau de incerteza da
continuidade de existência de uma organização start-up. Adotou-se, neste sentido, como
hipótese de trabalho, a possibilidade de uma organização start-up constituir um contexto social
de produção de situações de trabalho particulares, uma organização de natureza temporária,
produtora de especificidades normativas em termos organizacionais e socioeconómicos.
Partindo da análise de informação empírica recolhida por via de entrevistas a gestores e
trabalhadores da organização start-up considerada, da observação direta das práticas de gestão
e organização produtiva, e de análise de fontes documentais, equacionam-se as implicações da
natureza putativamente temporária de uma organização start-up.

Sugere-se que as situações concretas de trabalho numa organização start-up são potencialmente
enformadas por atributos socioculturais particulares, decorrentes de uma economia e de um uso
particular do tempo, e das implicações deste uso na constituição de racionalidades de
organização e de relação matizadas pelos efeitos de uma temporalidade finita. Dois marcadores
empíricos ilustram, em particular, estes efeitos: o sentido de confiança e de reciprocidade como
atributos presumidos, em termos súbitos ou instantâneos, num contexto caracterizado pela
impermanência e pela rarefação normativa; a secundarização do conflito, da existência e dos
efeitos do conflito.
ER  -