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Nunes, F. G., Camilo, C., Nascimento, G. & Postolache, O. (2021). Introdução: percursos de investigação em saúde societal. In Francisco Nunes, Cristina Camilo, Generosa do Nascimento , Octvian Postolache (Ed.), Saúde Societal: Percursos de Investigação do Iscte. (pp. 5-12). Lisboa: Iscte.
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F. G. Nunes et al.,  "Introdução: percursos de investigação em saúde societal", in Saúde Societal: Percursos de Investigação do Iscte, Francisco Nunes, Cristina Camilo, Generosa do Nascimento , Octvian Postolache, Ed., Lisboa, Iscte, 2021, vol. 1, pp. 5-12
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TY  - CHAP
TI  - Introdução: percursos de investigação em saúde societal
T2  - Saúde Societal: Percursos de Investigação do Iscte
VL  - 1
AU  - Nunes, F. G.
AU  - Camilo, C.
AU  - Nascimento, G.
AU  - Postolache, O.
PY  - 2021
SP  - 5-12
SN  - 2184-9676
CY  - Lisboa
UR  - https://www.iscte-iul.pt/conteudos/iscte-saude/2218/publicacoes
AB  - Como sugerem os estudiosos da bio‑arqueologia dos cuidados (Tilley e Cameron, 2014), a preocupação com a dispensa de cuidados de saúde a quem deles necessita, de forma não necessariamente igual para todos, acompanha a história do ser humano. Por exemplo, Tilley (2015) estudou o caso de Romito 2, um jovem sepultado na Grotta del Romito, na atual zona da Cantábria em Itália e que terá vivido entre os anos 11.000 e 12.500 BP. Este jovem viveu até aos 20 anos, apesar de sofrer de uma displasia acromesomélica, condição altamente incapacitante ao comprometer fortemente a mobilidade e o uso apropriado dos braços e mãos, o que impossibilita a participação deste indivíduo não só na principal fonte de subsistência da sua comunidade, a caça, como também na manufatura de artefactos ou na recolha de frutos ou madeira combustível, atividades menos exigentes e passíveis de serem realizadas por indivíduos fragilizados. Sem cuidados prestados por elementos de um grupo que luta diariamente por sobreviver, chegar a uma idade de 20 anos seria impossível. Como comenta Tilley (2015) “atender às necessidades de Romito 2 requeria a cooperação de todos os membros economicamente produtivos, o que sugere uma comunidade coesa detentora da predisposição, da flexibilidade intelectual e das capacidades de organização necessárias para gerir a exigência constante de recursos escassos” (p. 70). De então para cá, talvez exce‑ tuando a nossa inelutável condição de homo sapiens, tudo mudou na maioria das comunidades humanas e novas lentes são necessárias para apreender a realidade da saúde.
ER  -