A resposta neoliberal à crise do «regime de acumulação fordista» observada nos países centrais do capitalismo avançado, nos finais dos anos 70, traduziu-se na procura incessante de novos mercados, na liberalização das regras do comércio internacional, na crescente expansão e poder das empresas multinacionais, na deslocalização da produção e na adoção de um modelo de crescimento mais fortemente centrado nas exportações (Aglietta, 1982). Este processo foi acompanhado pela rutura com o compromisso fordista de distribuição dos ganhos de produtividade entre capital e trabalho. A lógica produtiva baseada na produção estandardizada de massa deu lugar à produção flexível e diferenciada, just in time, facilitada pela inovação tecnológica e fazendo apelo sistemático ao consumo de novos bens e serviços e à incessante procura de novas áreas de negócio, incluindo em sectores e atividades anteriormente asseguradas pelo Estado, através das privatizações. A «relação salarial fordista» foi posta em causa através das políticas de flexibilização do mercado de trabalho e também através da erosão dos direitos de proteção social.

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Desvalorização interna,Neoliberalismo,Austeridade

Esta publicação é um output do(s) seguinte(s) projeto(s):

• Da desvalorização interna à revalorização do trabalho: o caso de Portugal