Anualmente milhões de crianças vivem expostas à violência interparental estando, por isso, mais vulneráveis ao surgimento de problemas comportamentais, emocionais, cognitivos e fisiológicos, com impacto no seu desenvolvimento. O presente estudo teve como objetivo analisar se a exposição das crianças à violência física interparental se encontrava relacionada com a vivência de níveis mais elevados de somatização. Visou, ainda, analisar o possível papel mediador do stress psicológico das crianças e papel moderador da qualidade da vinculação nesta relação. Oitenta crianças com idades entre os 8-12 anos respondeu a questionários relativos: à exposição à violência física interparental, ao stress psicológico e sintomas somáticos. As mães responderam a questionários relativos à perceção que tinham da vinculação da criança e à perceção dos níveis de somatização das mesmas. Os resultados obtidos indicaram que a exposição à violência física interparental se encontrava positivamente relacionada com os níveis de somatização, tendo o stress psicológico apenas mediado esta relação na perceção das crianças. A relação entre o stress psicológico e a somatização vivenciada pelas crianças e percebida pelas mães é moderada pela vinculação segura. A exposição à violência interparental é um fator de stress negativo com impacto na somatização vivenciada pelas crianças. A vinculação segura mostrou ser uma variável protetora da somatização na presença de fatores de stress, não exclusivos da exposição à violência física interparental.

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Exposição à violência física interparental,Somatização,Stress,Vinculação

• Psicologia - Ciências Sociais