Introdução: Portugal registou nos últimos anos níveis de desemprego preocupantes, com consequências em diferentes esferas da vida dos indivíduos e da sociedade em geral. O presente estudo centrou-se nas consequências que este poderá acarretar para a saúde do indivíduo. Mais concretamente, analisou as implicações do desemprego na saúde e na autoestima de desempregados de curta (DCD)e longa duração (DLD). Método: O estudo adotou uma metodologia transversal, tendo sido inquiridos 210 indivíduos em situação de desemprego, dos quais 101 DCD e 109 DLD (72.9% mulheres, idade M=37.3, DP=10.7 anos). O questionário individual incluía medidas de queixas subjetivas de saúde, saúde geral, e autoestima referenciadas na literatura, assim como informação sociodemográfica. Resultados: Os resultados sugerem que são os DLD que apresentam uma maior deterioração na saúde. As queixas de dores músculo-esqueléticas e pseudoneurologia são as queixas subjetivas de saúde mais frequentes. No que respeita à avaliação da saúde geral, não se encontraram diferenças significativas. Relativamente à variável autoestima, os resultados apontam para uma maior autoestima nos DLD. Discussão: Os resultados do estudo alertam para a necessidade de olhar para além das consequências financeiras e económicas do desemprego, dando voz à saúde dos intervenientes. Os indicadores recolhidos poderão auxiliar na promoção da saúde e prevenção de doenças daqueles que se deparam com a realidade de “estar no desemprego”.

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