Talk
As Fábricas Desativadas ao Longo do Rio Nabão, a alteração da paisagem industrial
Renata Faria Barbosa (BARBOSA, R. F.);
Event Title
IV Congresso Internacional sobre Património Industrial
Year (definitive publication)
2018
Language
Portuguese
Country
Portugal
More Information
Web of Science®

This publication is not indexed in Web of Science®

Scopus

This publication is not indexed in Scopus

Google Scholar

Times Cited: 0

(Last checked: 2024-05-17 15:36)

View record in Google Scholar

Abstract
No final século XVIII é implantada a montante do Centro Histórico de Tomar a Real Fábrica de Fiação, juntamente com o seu açude por Jácome Ratton e Timótheo Verdier, açude que hoje é classificado Monumento de Interesse Público (DR 2.ª série, n.º 91 de 13 maio 2013). Após a implantação da Real Fábrica de Fiação tem início uma das grandes épocas de desenvolvimento industrial do concelho. Portugal tem sua industrialização tardia, com o uso da máquina a vapor em 1821, em meados do século XIX as industrias passam a utilizar os recursos hídricos, como força motriz e na produção de energia elétrica. Durante os séculos XIX e XX são instaladas diversas industrias ao longo do Rio Nabão no Concelho de Tomar. Entre elas um grande conjunto de fábricas de papel (Prado, Matrena, Porto de Cavaleiros, Marianaia e Sobreirinho). Em 1900 é instalada a primeira Central Termo e Hidroelétrica, na Levada de Tomar junta às Moagens "Nabantina" e "A Portuguesa". O espaço da Levada da Tomar que já contemplava uma organização industrial muito anterior e diversa como lagares e moinhos que utilizavam os recursos hidráulicos, passa a produzir energia elétrica tanto para as fábricas como para a cidade. Neste agrupamento de industrias podemos encontrar também a Fundição Tomarense, que ocupou o espaço dos antigos lagares. Este conjunto de industrias da Levada de Tomar está situado no centro da ocupação industrial da paisagem do Nabão ligada ao Grupo Mendes Godinho, que também implantou, entre outras, a Fábrica da Platex e Rações Sol a jusante do núcleo histórico de Tomar. A segunda revolução industrial exigia uma maior otimização dos processos industriais, dos recursos humanos, dos materiais e tecnologias. Na segunda metade do séc. XIX, os países europeus entram num processo de desindustrialização causado por diversos fatores, estruturas industriais são abandonadas deixando espaços vazios mas repletos de memórias. É neste contexto que propomos uma reflexão sobre a paisagem desenhada pelas Fábricas ao longo do Rio Nabão. Já foram reconhecidos algum de seus valores históricos como a classificação do açude da Real Fábrica de Fiação, o projeto de Classificação da Central Elétrica, a 1ª Exposição de Arqueologia Industrial em Tomar no edifício da Central Elétrica em 1978, o Projeto de Requalificação do Museu da Levada de Tomar. No entanto é visível o grau de degradação (ruína) que se encontra a Real Fábrica de Fiação e o abandono de algumas das fábricas de papel. Pretendemos apresentar o contexto das estruturas desativadas que influenciaram as alterações do Rio Nabão.
Acknowledgements
--
Keywords
Paisagem,Patrimônio Arquitetónico,Industrialização,Levada de Tomar,Rio Nabão
Funding Records
Funding Reference Funding Entity
SFRH/BD/129702/2017 FCT