Talk
Da exclusão à sub-representação das mulheres no movimento sindical. Comunicação apresentada
Paulo Alves (Marques Alves, P.);
Event Title
III Congresso de História do Movimento Operário e dos Movimentos Sociais em Portugal
Year (definitive publication)
2017
Language
Portuguese
Country
Portugal
More Information
--
Web of Science®

This publication is not indexed in Web of Science®

Scopus

This publication is not indexed in Scopus

Google Scholar

This publication is not indexed in Google Scholar

This publication is not indexed in Overton

Abstract
O sindicalismo nasceu andro-centrado e revelando uma atitude sexista em relação ao papel da mulher na sociedade. Por ser transversal a todas as correntes sindicais, esta atitude acabou por orientar durante um longo período as estratégias sindicais face às mulheres. Com base nela visou-se excluí-las ou segregá-las no mercado de trabalho. Quanto muito, aceitava-se o trabalho feminino como transitório e tentava-se confiná-lo a ramos de atividade com salários mais baixos. Se bem que no Reino Unido se tivessem constituído associações mistas no início da industrialização e da organização dos trabalhadores, os atos de discriminação acabaram por levar as mulheres a formar sindicatos próprios. É o que Briskin (1998) designa por “estratégia de separatismo”, significando a constituição de organizações próprias. Vários sindicatos femininos surgiram no Reino Unido, em Portugal, em França e noutros países europeus. Nos últimos decénios, o crescimento em números absolutos e relativos das mulheres nos efetivos sindicais não se traduziu num crescimento correspondente da proporção de mulheres nos lugares de decisão, com os sindicatos a providenciarem muito raramente uma sua representação adequada (Cook et al., 1992; Curtin, 1997; Garcia, 1993, 1999; Garcia et al., 2003; Trebilcock, 1991). Para Le Quentrec et al., (1999), esta é uma situação socialmente construída, enquanto para Healy e Kirton a explicação reside nos sindicatos, que constituirão “oligarquias masculinas” (Healy e Kirton, 2000). Por seu lado, Chaison e Andiappan (1987) sustentam que foi a divisão sexual do trabalho que conduziu a uma segregação que restringiu a visibilidade e a influência das mulheres no movimento sindical. Esta comunicação tem por objetivo contribuir para o estudo desta temática. Na sua base encontra-se uma análise documental das fichas biográficas das equipas dirigentes de cerca de 50 sindicatos portugueses com jurisdição na administração pública, bem como de outros documentos, como sejam os balanços sociais de vários organismos públicos.
Acknowledgements
--
Keywords
Sindicalismo,mulheres,sub-representação