A análise apresentada neste capítulo explora o período temporal desde a crise internacional de 2008 até à atualidade, incluindo a crise pandémica de 2020–2021. Considera-se a perspetiva de uma crise longa das relações laborais, tendo em conta a extensão da transformação estrutural, de natureza qualita- tiva, que as alterações do quadro institucional e legal das relações laborais e da negociação coletiva implicaram — em que se identificam temporalidades distintas no plano político e económico e da constelação de medidas signifi- cativas — com continuidades e efeitos cumulativos. Esta análise considera o papel e as orientações do Estado na definição das políticas de âmbito nacional com incidência na transformação das relações laborais e na reconfiguração das «regras do jogo» da negociação coletiva enquanto «regulação conjunta» (Waddington et al., 2019; Campos Lima, 2019), explorando as suas implica- ções potenciais na alteração das relações de poder e «recursos de poder» das partes envolvidas (Lehndorff et al., 2017). Simultaneamente, interroga-se o posicionamento e as orientações estratégicas das confederações sindicais e patronais e o seu papel na legitimação das políticas e/ou no seu questiona- mento, no contexto do diálogo tripartido.

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