Futebol e religião são dois termos que transportam uma enorme atualidade, abrangem uma diversidade de regras, rituais e convenções, mesmo se povoados por múltiplas contradições. Neste sentido, o artigo explora as dimensões sociais da díade futebol-religião, tendo como objetivo aprofundar em que medida o sentido de afiliação aos clubes de futebol e as vivências dos jogos dos campeonatos, encerram um carácter religioso para os adeptos da modalidade. A metodologia adotada assenta no inquérito por questionário, cuja construção decorreu da problematização teórica, tendo em vista medir os vários atributos associados às dimensões da crença, ritual e uso de objetos totémicos. Foi aplicado a uma amostra não probabilística de conveniência composta por 488 sujeitos, entre 15 de novembro e 25 de dezembro. Através da análise e interpretação dos principais dados, aferimos a existência de atributos associados às três dimensões em análise. Argumenta-se, a partir das conclusões obtidas, que o futebol é uma “religião” consolidada e agregadora, pois cumpre algumas das funções atribuídas à religião tradicional.

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