Talk
Na Pele do Leão de Gaza: O Simbolismo de Gungunhana para Samora Machel
Andrea Vacha (Vacha, A.);
Event Title
50 Anos das Independências das Colónias Portuguesas em África: Histórias, Processos, Legados e Memórias Conferência Internacional
Year (definitive publication)
2025
Language
Portuguese
Country
Portugal
More Information
Web of Science®

This publication is not indexed in Web of Science®

Scopus

This publication is not indexed in Scopus

Google Scholar

This publication is not indexed in Google Scholar

This publication is not indexed in Overton

Abstract
Na guerra de libertação colonial moçambicana, a figura do último rei de Gaza, Gungunhana, tornou-se um símbolo de resistência. A analogia com a resistência de Gaza, refletiu-se na nomeação de bases da FRELIMO com o nome "Gungunhana". Após a independência, o derrube da estátua do herói colonial Mouzinho de Albuquerque veio reverter a retorica colonialista. A jovem nação, em busca de heróis deu início a um controverso processo de fabricação de Gungunhana como herói anticolonial, marcado pela demolição e reconstrução de memoriais de batalhas daquela que, alguns consideram a primeira guerra colonial (1894-97). Em 1985, dez dias antes do décimo aniversário da independência, Maputo acolheu os restos mortais de Gungunhana trasladados dos Açores, numa cerimônia apoteótica que simbolizou tanto a reconciliação com Portugal quanto um apelo à unidade nacional durante a guerra civil. Acima de tudo consagrou a união entre Gungunhana, herói da resistência anticolonial, com o líder da libertação nacional Samora Machel. Ambos oriundos de Gaza, ambos líderes carismáticos, mas também divisivos. De alguma forma foi também o canto do cisne do Presidente Machel antes da morte no ano sucessivo, depois de onze anos no poder curiosamente o mesmo tempo que Gungunhana governou antes de ser deportado.
Acknowledgements
Instituto de História Contemporânea
Keywords
Guerra de libertação,Ngungunhane,Samora Machel,heróis nacionais,memoria coletiva.