Partimos do materialismo histórico-dialético (MHD) para analisar as complexas relações entre classe, raça/etnia e sexo/gênero existentes no capitalismo, enfatizando as relações entre o eixo da exploração e o eixo das opressões, tenciona-se combater tanto o mecanicismo reducionista, que considera apenas a classe como determinação central, quanto o pós-modernismo que exclui a classe de suas formulações. Toma-se a categoria trabalho ontologicamente, o que permite analisar a divisão sociossexual do trabalho, como uma necessidade do modo de produção capitalista. Assim, faz-se mister tomar a classe trabalhadora como o eixo das análises da opressão, utilizando-se da teoria marxista que credita ao trabalho o fundamento da sociabilidade. Objetivamos não renovar o MHD, posto que ele – desde sua criação por Marx e Engles – nos permite realizar análises complexas, para além da deturpação mecanicista; mas pretendemos demonstrar como o MHD é um arsenal heurístico adequado e contundente para pensarmos as opressões e sua ligação com a exploração do trabalho, e como tal utilização engendra uma análise das opressões que recaem sobre as mulheres, que permite conhecer quais são as formas históricas, políticas, sociais e ideológicas que o capital cria e recria para se eternizar como modo de produção.

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