Esta comunicação propõe uma leitura crítica dos pressupostos excepcionalistas inerentes à construção clássica do campo dos Estudos Etíopes face ao contexto geral dos Estudos Africanos, em função da hiper-valorização de três variáveis históricas: antiguidade do cristianismo etíope, existência de uma cultura literária etíope, independência do estado etíope durante o período colonial. Mais explicitamente, analisa um caso de apropriação historiográfica sobre um período da história etíope no qual se forjaram os elementos centrais deste excepcionalismo: o dos contatos entre o reino cristão etíope e os poderes ocidentais nos séc. XVI-XVII. Um importante parâmetro tipificador deste excepcionalismo etíope face às historiografias da africanas (subsaarianas) tem sido o favorecimento das fontes escritas sobre os materiais procedentes da oralidade. A comunicação propõe uma reapreciação das relações entre as metodologias históricas e antropológicas de modo a valorizar um conjunto de fontes orais referentes àquele período da história etíope e estabelecer pontes para uma melhor integração epistemológica da história etíope no conjunto dos estudos africanos

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Antropologia, Corno de África, Estudos Africanos