A pandemia da COVID-19 disseminou-se por todo o mundo. No entanto, foram observadas várias diferenças no número de novos casos diários, na taxa de reprodução da COVID-19, e na gravidade da doença em diferentes países. Estudos anteriores destacaram sobretudo as políticas de restrição governamentais para mitigar os efeitos pandémicos como razões para tais diferenças. Este estudo centra-se em 101 países e propõe que o contexto cultural de cada país seja também responsável por tais diferenças. Considerámos as seis dimensões culturais de Hofstede (distância ao poder, individualismo, masculinidade, evitar a incerteza, orientação a longo prazo, e indulgência) e analisámos estatisticamente a sua correlação com várias métricas de impacto da COVID-19 em comparação com várias políticas de restrição. Os nossos resultados apoiam a nossa afirmação de que a cultura nacional influência tanto a aceitação e subsequente adoção de políticas de restrição como a implementação por cada governo dessas políticas. Salientamos que as atitudes e a confiança nas instituições políticas, políticas e governo são influenciadas pelo contexto cultural, o que se reflete nos números da pandemia. Como principal conclusão deste estudo, concluímos que os modelos baseados em dados que visam prever a evolução do impacto pandémico à escala global devem também incluir variáveis que reflitam o contexto cultural de cada país.

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