A participação dos Estados Unidos na I Guerra Mundial constituiu um marco assinalável na história deste país e da sua relação com o sistema internacional. Pode aliás dizer-se, de uma maneira mais abrangente, que o período da presidência de Woodrow Wilson, entre 1913 e 1921 significou o culminar de uma evolução que se desenrolou ao longo de todo o século XIX. Após a sua independência no final do século XVIII, os Estados Unidos tinham-se tornado gradualmente uma potência continental, através de um processo de expansão territorial que lhe permitiu chegar às margens do Pacífico. Depois, a segunda metade do século XIX – sobretudo os seus anos finais – permitiu aos Estados Unidos afirmarem-se como um poder “hemisférico”, quase que culminando a doutrina de Monroe, transformando-se numa potência regional que exercia uma hegemonia real sobre a América Central, sobre a América do Sul, sobre as áreas do Pacífico que lhe eram mais próximas. Agora, com a I Guerra Mundial os Estados Unidos intervinham diretamente no palco europeu, no centro do sistema internacional, emergindo como uma potência verdadeiramente global e ascendendo ao primeiro plano das relações internacionais, com responsabilidades agora na futura organização do mundo.

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