As crises e os desafios políticos, sociais e institucionais têm afetado a vida dos requerentes de asilo que procuram proteção e condições de vida dignas na Europa. Embora o decréscimo de entradas possa contribuir para uma retórica política que afirma que a chamada “crise europeia dos refugiados” acabou, os cenários críticos estão longe de ter terminado. Os requerentes de asilo e os refugiados (RA&R) continuam a enfrentar desafios consideráveis relacionados com a integração e a participação na vida social. Para aqueles que conseguiram chegar à Europa, muitas das dificuldades e desafios enfrentados na sua vida quotidiana não parecem ter chegado ao fim. Um dos desafios mais importantes que os países europeus enfrentam atualmente é como dar voz, ouvir e reforçar de forma coerente as soluções sociais para melhorar a vida dos requerentes de asilo e dos refugiados. Procurando contribuir para este objetivo, desenvolveu-se em 2019, no âmbito do Projeto europeu PandPAS, uma pesquisa qualitativa multissituada, focada na integração da população RA&R. O estudo centrou-se nas características comuns das experiências e desafios da integração de RA&R em seis cidades de cinco países europeus: Pádua e Veneza em Itália, Maribor na Eslovénia, Zagreb na Croácia, Nicósia no Chipre e Lisboa em Portugal. A análise de dados centrou-se nas características comuns da experiência de integração nestas cidades, e baseou-se nos resultados de entrevistas semi-estruturadas e de grupos focais com 148 participantes, incluindo requerentes de asilo e refugiados, stakeholders relevantes e cidadãos locais. Nesta apresentação, iremos analisar as dimensões sociais (de interação e convívio, relações com as populações locais e com outros RA&R) da integração, questionando o papel das comunidades locais, organizações cívicas e organizações representativas dos próprios no processo de integração. A participação de refugiados e migrantes nas comunidades, nos espaços públicos e na vida cultural da sociedade civil apresentam-se como elemento-chave para a integração, criando experiências coletivas que podem quebrar a solidão e o isolamento amplamente afirmados pelas pessoas RA&R neste estudo.

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