Esta comunicação irá debater as políticas de inclusão social para os jovens de bairros marginalizados de Lisboa, com base em dados documentais e experiências associativas ligadas ao Programa Escolhas. Considerada a principal política pública dirigida aos jovens pobres, racializados e periféricos em Portugal, o Programa Escolhas (PE) é impulsionado por estratégias de empreendedorismo, empoderamento e liderança com vista a envolver os jovens na resolução dos problemas enfrentados nos bairros em que vivem. Essas estratégias apelam à participação cidadã, mas restringem o campo de ação política dos jovens às regras elaboradas pelo Estado, desencorajando o discurso emancipatório e subversivo. O resultado é o controle e a gestão biopolítica da juventude, mascarando uma dominação que domestica a sua ação coletiva. A partir de uma análise de relatórios do PE, bem como de pesquisas etnográficas em projetos sociais na periferia de Lisboa, examinarei as racionalidades e tecnologias de inclusão presentes nessa política pública. Em particular, pretendo discutir como essas racionalidades e tecnologias legitimam que certos territórios e populações sejam sujeitos a uma governança específica, ao mesmo tempo em que servem como dispositivos de agenciamento e governamentalidade comunitária.

Agradeço a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) pelo apoio a realização dessa comunicação por via do projeto PERICREATIVIDADE (2022.08993.PTDC), financiado pela FCT e o DL57/2016, Lei 57/2017.

Política pública,juventude,inclusão social,periferia,Portugal,Programa Escolhas

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