O processo exponencial de desenvolvimento urbanístico da cidade de Gondar, no norte da Etiópia, segue em parte uma receita comum a muitos centros urbanos provinciais por todo o mundo “em desenvolvimento”: imigração em massa das populações rurais circundantes, pesados investimentos estatais e privados em infraestruturas urbanas sem suficiente estudos de impacto nem análise de sustentabilidade económica e social, dependência de modelos de desenvolvimento impostos por credores institucionais internacionais. Mas algumas condicionantes –tais como os processos patrimoniais associados às classificações da UNESCO, o regresso de populações diaspóricas ao país, e as expectativas criadas pela (débil) indústria turística na região– têm contribuído para o perfil particular da nova Gondar. As fragilidades são várias e algumas delas, pelo menos, serão destacadas ao longo da apresenta.

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