“Ao primeiro olhar, há nas fotografias que compõem este pequeno álbum dívidas aos clichés exotistas, quando por exemplo nelas se adivinham estetizações da pobreza. Há formalismos à maneira de Cartier-Bresson nas fotos a preto e branco dos konso, feitas por Marie Hernandez, e cromatismos que imaginamos herdados do orientalismo de um Delacroix nas fotos a cores de Catherine Henriette em Harar. Mas, ainda que seja restrita esta selecção dos seus portfólios (38 fotografias), Marie Hernandez e Catherine Henriette fazem-nos aqui descobrir muito mais que lugares-comuns konso e harari. O seu trabalho fotográfico é o resultado de uma intensa adesão aos universos sociais em que viveram que as levou a desbravar a floresta de clichés etnográficos que têm transformado estas duas comunidades em culturas-espectáculo, predadas pelo etnoturismo.”

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