Ciência_Iscte
Publicações
Descrição Detalhada da Publicação
Posicionamento social e bem-estar na infância e adolescência: O papel da discriminação baseada na classe social
XII Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia
Ano (publicação definitiva)
2025
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
--
Web of Science®
Esta publicação não está indexada na Web of Science®
Scopus
Esta publicação não está indexada na Scopus
Google Scholar
Esta publicação não está indexada no Overton
Abstract/Resumo
Crianças e adolescentes de famílias economicamente desfavorecidas enfrentam maior vulnerabilidade a riscos sociais e de saúde devido à privação material e ao risco de exclusão. Contudo, as experiências de privação são moldadas pelo contexto e pelas normas sociais, sendo transversal a diferentes meios socioeconómicos. Assim, mais do que a posição social objetiva, a perceção da própria posição social pode intensificar sentimentos de discriminação e exclusão, comprometendo o bem-estar e as expectativas face ao futuro. Este estudo examina a relação entre o auto-posicionamento segundo a classe social, a discriminação com base na classe social e a sua frequência, bem como o impacto no bem-estar e nas expectativas face ao futuro. Foi recolhida uma amostra representativa de crianças e adolescentes residentes em Portugal (n = 2580 crianças), com idades compreendidas entre os 10 e 15 anos (M = 12.60, DP = 1.69), sendo 48.6% do sexo feminino. Os participantes foram selecionados em escolas públicas (89.9%) e privadas (10.1%). Para garantir maior representatividade da amostra, os dados foram ponderados por tipologia de ensino, região NUTS II e idade. Os resultados de um modelo de mediação em cadeia indicam que um auto-posicionamento inferior na classe social associa-se a um aumento das experiências de discriminação económica e maior frequência percebida de discriminação.
Essas experiências, por sua vez, reduzem o bem-estar, contribuindo para expectativas face ao futuro mais negativas. O efeito total do auto-posicionamento na classe social sobre as expectativas futuras foi significativo (b =0.235, p < .001), com efeitos indiretos através das experiências da discriminação e bem-estar (b = 0.09, IC 95% [0.0758, 0.1093]). Estes resultados serão discutidos considerando as implicações do auto-posicionamento social e da perceção de discriminação para a perpetuação das desigualdades, bem como possíveis estratégias para mitigar o seu impacto no bem-estar e nas expectativas futuras das crianças e adolescentes.
Agradecimentos/Acknowledgements
--
Palavras-chave
English