Comunicação em evento científico
Reinventando património cultural africano tradicional através de projetos colaborativos
Rui Telmo Gomes (Gomes, RT);
Título Evento
XI Congresso Português de Sociologia
Ano (publicação definitiva)
2021
Língua
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País
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Mais Informação
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Abstract/Resumo
No âmbito de uma pesquisa etnográfica em curso sobre arte comunitária, apresenta-se um caso de estudo sobre dois projetos de recriação do património cultural africano tradicional promovidos por uma associação local na região de Lisboa. “Fado dançado” consiste num espetáculo de dança e percussão que procura recriar uma variante histórica do género musical popular, hoje menos conhecida ou mesmo esquecida, bem diferente da canção urbana lisboeta identificada com a tradição do fado. Este projeto surge na sequência de um longo percurso coletivo dedicado à procura e atualização de referências culturais africanas, envolvendo artistas profissionais e amadores, ao mesmo tempo que cruza diferentes repertórios culturais associados às origens do fado (em particular influências árabes e brasileiras). O processo de trabalho que vem sendo desenvolvido implica a pesquisa de fontes documentais históricas, bem como o cruzamento de linguagens artísticas tradicionais e contemporâneas. “Lisboa africana – Visita guiada” é um projeto de valorização dos lugares de memória da presença africana em Lisboa, com a criação de circuitos de visita turística aos monumentos culturais relevantes e aos lugares simbólicos da tradição oral. O projeto baseia-se em pesquisa académica e representa uma modalidade de pareceria desafiante para a associação, incluindo a expetativa de maior visibilidade pública do trabalho desenvolvido. Um objetivo central da associação é combinar a intervenção local em bairros periféricos e em circuitos culturais centrais na região metropolitana de Lisboa. A montagem de ambos projetos comporta formas de organização e novas parcerias que poderão abrir novos horizontes de trabalho. É crucial neste aspeto a capacidade de estabelecer plataformas colaborativas que integram, tanto especialistas (em particular artistas e académicos), como instituições públicas e privadas. Estes projetos fazem parte da estratégia de sustentabilidade e inscrição no espaço urbano que a associação vem procurando. Por outro lado, o pendor histórico e tradicionalista da atividade que a associação vem desenvolvendo há largos anos confronta-se, no presente, com formas de ativismo artístico negro mais abertamente politizadas, que representam um desafio identitário e da própria intervenção. A partir das questões suscitadas por este caso propõe-se uma reflexão sobre o lugar da arte em programas de intervenção social e o papel das associações comunitárias na reinvenção do património cultural.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Património cultural africano,Arte comunitária,Pesquisa artística,Identidade cultural