Com a chegada da pandemia, vimos as comunidades religiosas com quem trabalhamos adaptarem-se a novas formas de prestar culto, desde as transmissões on-line durante o confinamento, à adaptação a novas normas, como o distanciamento social ou o uso de máscara, durante a prática religiosa. Vimos também intensificarem-se as acções de solidariedade, as recolhas de alimentos, distribuição de refeições e até a cedência de espaços para centros de vacinação. Muitos de nós acompanhámos estes processos também à distância, através de informação que nos chegava por via das redes sociais. Qual o impacto da pandemia na vida destas comunidades religiosas? De que forma a religião contribuiu para superar o isolamento, as perdas de entes queridos, os medos, a incerteza do futuro e a falta de controlo desencadeados pelo novo vírus? Como desenvolveram as religiões migrantes acções com impacto nas suas comunidades e na sociedade envolvente? Esta comunicação pretende responder a estas perguntas a partir de uma etnografia realizada entre as comunidades hindus da Grande Lisboa, com destaque para o seu papel relevante no apoio à sociedade civil e no trabalho de cidadania activa durante a pandemia e, simultaneamente, reflectir sobre os desafios metodológicos e as alternativas ao trabalho etnográfico, decorrentes desta situação.

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