Esta apresentação foca-se num conjunto de colónias penais agrícolas contruídas nos finais do século XIX e financiadas pelo Estado. À época, fenómenos como urbanização, desemprego ou pobreza e a emergência de categorias sociais renovadas como "mendigos" e "vagabundos", menores "indisciplinados" e "inimputáveis" levaram especialistas a procurar exemplos internacionais para a institucionalização e reabilitação de um grupo vasto de sujeitos que ameaçavam a ordem pública. Explorando as virtudes do trabalho agrícola, essas iniciativas de vanguarda para a ocupação e desenvolvimento de áreas caracterizadas como vazias ou improdutivas deram força a planos de povoamento metropolitano e às reivindicações de soberania territorial no contexto imperial. Esta apresentação examina uma série de experiências que tiverem lugar no Alentejo (sul de Portugal) e em Angola. Argumentamos que apesar das diferenças entre projectos metropolitanos e imperiais, estes partilharam um conjunto vasto de práticas, culturas, tecnologias e agentes, mobilizados para alcançar objetivos comuns: confinamento, disciplina, punição e reeducação, mas também, exploração económica, gestão de população e do território.

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Esta publicação é um output do(s) seguinte(s) projeto(s):

• Arquitetura de Necessidade: Equipamento Comunitário em Portugal 1945-1985
• European Research Council Starting Grant (GA949686) ReARQ.IB - Built Environment Knowledge for Resilient, Sustainable Communities: Understanding Everyday Modern Architecture and Urban Design in the Iberian Peninsula (1939-1985)