Durante quase um século, entre as últimas duas décadas de oitocentos e os três primeiros quarteis do século XX, Raul Lino (1879-1974) conheceu as grandes convulsões políticas, económicas e sociais em Portugal. Á persistente instabilidade e ao paradigma da rutura com a história de novecentos, o arquiteto contrapôs uma pertinaz dialética de continuidade entre modernidade e tradição. Mais conhecido pela intransigente defesa da “campanha da casa portuguesa”, menos pela transversalidade da sua síntese de arquitectura, artes decorativas e urbanismo, especulamos no presente artigo sobre a ideia de território que lhe subjaz. Que conjeturamos a partir de um breviário do seu pensamento, ação e obra com desfecho em 1918. Ano em que aconteceu o armistício da primeira guerra mundial, a primeira edição de A nossa casa e a terceira e última campanha de obras da Casa de Santa Maria, à cidadela de Cascais.

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