Ciência-IUL
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Descrição Detalhada da Comunicação
Uma economia e um uso particular do tempo: Trabalhar numa organização start-up.
Título Evento
X Congresso Português de Sociologia
Ano (publicação definitiva)
2018
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
O universo start-up tem vindo a ser apresentado e representado, em termos públicos, mediáticos e políticos,
como uma possível nova via para o crescimento económico português. A referência a uma organização
start-up, define, no presente, uma amenidade, uma platitude, correlativa da ratificação dos seus méritos
como factos consumados, indiscutíveis.
Perspectivas alternativas deste fenómeno são pouco frequentes ou pouco visíveis. Atendendo à evidência
empírica existente e tendo em conta a atenção e o investimento público que a recente eclosão do fenómeno
start-up tem suscitado em Portugal, considera-se relevante procurar compreender esta realidade
socioeconómica nas suas diferentes dimensões constitutivas. Em particular, importa complementar as
perspectivas macro e meso prevalecentes nos estudos que têm vindo a ser realizados em Portugal acerca
das organizações start-up, centrados na análise do impacto das agendas de política pública e da estratégia
industrial de agentes privados, ou no papel de diferentes agentes económicos na configuração de clusters
locais, regionais, nacionais e internacionais de fomento de inovação.
A presente comunicação apresenta os resultados de uma pesquisa longitudinal concretizada numa
organização start-up específica, onde um dado empírico foi adotado como perspectiva e horizonte de
problematização, em termos analíticos: o elevado grau de incerteza da continuidade de existência de uma
organização start-up. Adotou-se, neste sentido, como hipótese de trabalho, a possibilidade de uma
organização start-up constituir um contexto social de produção de situações de trabalho particulares, uma
organização de natureza temporária, produtora de especificidades normativas em termos socioeconómicos,
procedentes da constituição de racionalidades organizacionais particulares, matizadas pelos efeitos de uma
temporalidade finita.
Equacionam-se, neste sentido, as implicações da natureza temporária numa organização start-up. Partindo
da análise apresentada, sugere-se que as situações concretas de trabalho numa organização start-up são
potencialmente enformadas por atributos socioculturais particulares, decorrentes de uma conceção e de um
uso particular do tempo: a impermanência normativa, o foco concedido à ação, a secundarização do conflito,
o fervor finito da experiência vivida.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Start-up,Inovação,Empreendedorismo,Organização temporária