O trabalho de Vítor Figueiredo (1929-2004), arquiteto português com um percurso que marcou a cultura arquitetónica no País nas décadas finais do século XX, permanece relativamente pouco conhecido do público não-especializado, e mesmo dos seus pares. Vítor Figueiredo desenvolveu uma importante obra construída e não construída, dedicada à habitação social – campo em que foi um dos principais criadores, e pensadores, daquele período em Portugal –, instalações de ensino superior, equipamentos desportivos e religiosos e edifícios de serviços. A reflexão sobre a posição do arquiteto no mundo, a que recorreu, como ferramenta de projeto, com uma intensidade incomum, terá sido o seu maior contributo para o pensamento no campo disciplinar da arquitetura: uma reflexão que, através da palavra escrita e falada, ficou registada, mais do que nos formatos convencionais de publicação, em memórias descritivas, entrevistas e comunicações. O contributo de Vítor Figueiredo abrangeu um leque amplo de escalas, exemplar de uma formação como arquiteto e “ordenador do espaço” . A partir de uma sólida base de princípios do Movimento Moderno, fomentada pelo ambiente de abertura e liberdade de expressão em que, no Porto, se formou e começou a trabalhar,Vítor Figueiredo explorou novas abordagens em consonância com movimentos como o que, em especial depois da Segunda Guerra Mundial, procurou repor o Homem e as suas necessidades, ambições, contradições e angústias no centro das preocupações da arquitetura. Para o arquiteto, estas fizeram parte do ato de desenhar e construir a todos os níveis, desde o detalhe construtivo ao planeamento territorial.

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Esta publicação é um output do(s) seguinte(s) projeto(s):

• Arquitetura de Necessidade: Equipamento Comunitário em Portugal 1945-1985
• European Research Council Starting Grant (GA949686) ReARQ.IB - Built Environment Knowledge for Resilient, Sustainable Communities: Understanding Everyday Modern Architecture and Urban Design in the Iberian Peninsula (1939-1985)