Comunicação em evento científico
"Viver depois de ti": a morte de familiares enquanto crise biográfica
Ana Caetano (Caetano, A.);
Título Evento
X Congresso Português de Sociologia: “Na era da “pós-verdade”? Esfera pública, cidadania e qualidade da democracia no Portugal contemporâneo”
Ano (publicação definitiva)
2018
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
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Abstract/Resumo
Morte, sofrimento e ruptura são noções profundamente interligadas da experiência humana. Nem todas as mortes têm o mesmo impacto na vida das pessoas, mas quando se trata de fazer o luto pela perda de alguém próximo, como seja um familiar mais chegado, a experiência pode ser avassaladora e afectar todas as dimensões da vida de um indivíduo. Como é que os sujeitos lidam com a morte? Como é que agem face a mortes esperadas e inesperadas? Que impacto tem a morte de um familiar, como o cônjuge, a mãe, o pai, uma irmã ou um filho nas rotinas, hábitos, relações e projetos de uma pessoa? Como é que fazem o luto? Que recursos e mecanismos são mobilizados para lidarem com o sucedido? Existem processos socialmente diferenciados no modo como a morte dos outros é vivida? A presente comunicação tem precisamente por objetivo discutir estas questões através da análise do luto enquanto experiência de uma crise biográfica. Esta reflexão é ancorada num estudo sociológico sobre crises biográficas, ou seja, fases de vida marcadas pela perturbação de hábitos e rotinas associadas às práticas e aos esquemas de pensamento num dado segmento de existência, com um impacto substancial na vida dos indivíduos. Foram realizadas 45 entrevistas com pessoas a quem foi pedido que partilhassem as suas experiências de ruptura ao longo do percurso biográfico, nomeadamente aquelas que foram despoletadas pela morte de alguém próximo como um familiar (embora não limitadas a esse tipo de crise). A discussão é centrada em tópicos como a componente emocional do luto, as temporalidades deste tipo de crise biográfica, os modos como as pessoas lidam com a morte de diferentes familiares, os recursos que mobilizam, os contextos e redes em que se inserem, o impacto destes eventos disruptivos nas trajetórias individuais e nos relacionamentos interpessoais (nomeadamente no seio da própria família), as mudanças nas práticas e percepções, e os processos de reconfiguração identitária. No fundo, pretende-se compreender como é que as pessoas continuam a viver a sua vida depois da perda de outros significativos, como é o caso de familiares muito próximos.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave