Abstract/Resumo
A comunicação organizacional tem vindo a sofrer alterações na sua operacionalização, ao longo dos tempos. Por outro lado, o tema do bem-estar tem estado na agenda de muitas organizações. Apesar disso, estes dois temas têm vindo a ser tratados individualmente, desconsiderando-se a sua eventual relação, havendo igualmente pouco investimento no que diz respeito ao contexto do ensino superior. Neste estudo de investigação procurámos entender em que medida as duas temáticas se cruzam, encaixando as mesmas no âmbito do ensino superior. Pretendemos, então, perceber como é que os gabinetes de comunicação das instituições de ensino superior (IES) têm atuado em relação à comunicação da assistência estudantil. Para o efeito, levámos a cabo um estudo de cariz qualitativo, operacionalizado através da realização de 8 entrevistas semiestruturadas a 8 responsáveis de gabinetes de comunicação de 8 instituições de ensino superior diferentes. Para complementar esta recolha de dados, analisámos também os websites dos 15 Institutos Politécnicos Públicos Portugueses. Através da análise de entrevistas efetuada, de uma forma geral, podemos concluir que, embora o papel dos gabinetes de comunicação seja central neste domínio, a comunicação sobre a ação social é ainda muito escassa. A análise das entrevistas permite entender que há, ainda, uma dificuldade em estabelecer um “manual de boas práticas” em termos de comunicação, sendo igualmente difícil estabelecer, por vezes, qual o canal mais adequado, consoante o tipo de público. Pela análise dos websites, verificámos que apesar de algumas instituições já terem iniciativas sobre o tema, ainda é necessário um investimento avultado nesta área. Conseguimos concluir, então, que ainda existe um caminho a ser trilhado na comunicação que se estabelece entre as Instituições de Ensino Superior relações públicas e a comunicação organizacional desempenham aqui um papel fundamental, sobretudo ao nível da inclusão, do acolhimento e até do sucesso académico.