Projetos de Investigação
Colaborações internacionais: criminalidade e cooperação policial no Atlântico ibero-americano, c. 1870-1940
Este projeto tem como objetivo principal o estudo dos processos de extradição de criminosos entre países da Europa do Sul e da América do Sul, desde o incremento das mobilidades Atlânticas, na década de 1870, ao início da Segunda Guerra Mundial. Pretende-se, desta forma, contribuir para o estudo da criminalidade transnacional e do desenvolvimento de relações de cooperação diplomática e policial no combate a novas formas de criminalidade, integrando-as numa história global do crime, das vigilâncias e da justiça criminal. A historiografia sobre temas como a repressão ao anarquismo, o tráfico de pessoas ou de droga tem acentuado que, no final do século XIX, os Estados-Nação começaram a ensaiar estratégias de cooperação na repressão de práticas criminais que transcendiam as fronteiras nacionais. Uma das estratégias de cooperação foi a assinatura de acordos que facilitavam a extradição de indivíduos acusados ou condenados por certos crimes e a extradição de indivíduos a partir de uma troca cada vez mais intensa de informação criminal entre autoridades diplomáticas e policiais. Não existe, no entanto, nenhum estudo sobre os indivíduos que foram efetivamente extraditados e os processos que conduziram a essa ação. Por outro lado, geograficamente, a historiografia internacional, tem estado maioritariamente concentrada no Atlântico Norte ou, quando se foca na América Latina, dedicada sobretudo às relações estabelecidas entre Estados nesta região do globo. Esta pesquisa procura colmatar ambas as lacunas. A pesquisa aprofundará o estudo das relações entre Brasil, Portugal, Espanha e Itália. No Brasil, a pesquisa empírica decorrerá nos Arquivos do Itamaraty e Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, em Portugal na Torre do Tombo e no Arquivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, em Espanha no Archivo del Ministerio de Asuntos Exteriores y Cooperación, em Madrid, e em Itália no Archivio Storico Del Ministero Degli Affari Esteri e Archivio Centrale Dello Stato, em Roma. ...
Informação do Projeto
2022-01-01
2024-12-31
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A Cidade Inflamável: segurança urbana entre o público e o privado, Lisboa c.1850-1930s
Informação do Projeto
2015-01-01
2017-08-31
Parceiros do Projeto
Controlo Social e Política Penal no Liberalismo português: reformas nacionais, circulações transnacionais, c. 1820-1867
Este projecto analisará a reforma das instituições de controlo social e de política penal no período de ascensão e consolidação da Monarquia Constitucional em Portugal (c.1820-1867), focando-se em dois aspectos: 1) a reforma da polícia e a criação de um corpo de polícia civil; 2) a reforma do sistema penal e prisional, com a criação do sistema penitenciário e a abolição da pena de morte para os crimes civis. Analisará a influência de modelos importados na definição e implementação destas reformas. Partindo da análise de elementos centrais da reforma da polícia e do sistema penal e prisional português, o projecto tem como hipótese de trabalho de que apenas é possível compreender estas reformas se considerarmos em conjunto o contexto nacional e a circulação transnacional de ideias e modelos.   Embora muitas vezes se percepcione estes intercâmbios culturais e políticos num só sentido, aquele que vai do centro para a periferia, este projecto considerará que o movimento contrário também teve lugar. Além disso, a recepção e implementação de ideias e modelos importados originou situações pioneiras de mudança, como a ocorrida em Portugal em 1867, onde a abolição da pena de morte para os crimes civis coloca o país na vanguarda da concretização de ideais penais então muito debatidos. Assim, algumas das reformas concretizadas em Portugal, como a abolição da pena de morte, tiveram um alcance e uma audiência internacional, originando debates e tomadas de posição suscitadas por um movimento cuja direcção vai da periferia para o centro. O projecto contribuirá para a compreensão e conhecimento mais aprofundado sobre a forma como a elite política que chega ao poder em 1834 teorizou e representou a sociedade nos seus múltiplos elementos, em particular no que respeita a quem está à margem da lei, bem como quanto ao papel do Estado na concretização da segurança e ordem social. O período em estudo tem início com a primeira revolução liberal portuguesa (1820) e termina em 1867, quando...
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2014-03-01
2015-05-31
Parceiros do Projeto
A Cidade e a Rua: Uma Aproximação Etnográfica à Vida Urbana
Mais do que tema, a rua é o problema a identificar e problematizar. A rua pode ser entendida como unidade mínima de vida urbana, lugar de sociabilidade que se desdobra em vários níveis e dimensões ? de acção, interacção, diferenciação e socialização; transgressão e controlo social; circulação e inter-conhecimento; encontro e confronto; espaço de integração de funções (residenciais, laborais, de lazer), território impregnado de memórias, cenário e palco de cruzamentos sociais, de quotidianos diferenciados, de trajectórias e destinos individuais que interagem. A rua, nas suas extensões (lojas, associações, templos, praças, esquinas, até casas) é perspectivada como uma síntese possível de «vida citadina», recorte etnográfico único para a exploração e o conhecimento da vida urbana contemporânea a partir de baixo e de dentro. Neste sentido, a rua não surge como unidade definida à priori, mas sim como objecto a identificar e a construir ao longo do próprio processo de investigação, unidade de observação com uma significativa coerência social e cultural, com possibilidades de comparação que acrescentem conhecimento original a uma reflexão teórica sobre a cidade e suas dinâmicas sócio-culturais específicas. Metodologicamente, a investigação organiza-se em torno de um conjunto de estudos de caso, social e culturalmente diferenciados, tanto do ponto de vista dos temas como dos contextos etnográficos de referência.
Informação do Projeto
2005-07-01
2008-02-29
Parceiros do Projeto