Opinião
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Negócios
Para um país que diz procurar a neutralidade carbónica, uma trajetória de aumento do consumo de combustíveis fósseis é inaceitável.
Nova coluna de opinião no Negócios, assinada por Catarina Roseta Palma.
Artigo
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Expresso
Ainda tanto por fazer
Foi em junho de 1972, em Estocolmo, que a ONU realizou a primeira conferência dedicada ao ambiente. Eram já bem claros os sinais de que a pressão humana sobre os recursos naturais estava a causar impactos negativos importantes. Nessa conferência foi criado o Dia Mundial do Ambiente (5 de junho), nasceu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e foram construídas as bases para a ação coletiva a nível da proteção da natureza. Cinco décadas passadas, a pressão aumentou e temos agora consciência de que vivemos três crises globais em simultâneo: a crise climática, com a acumulação continuada de gases com efeito de estufa, de origem antropogénica, na atmosfera; a crise da biodiversidade, com a redução de habitats e a aceleração da taxa de extinção de espécies; e ainda a crise da poluição, que inclui os desequilíbrios bioquímicos dos ciclos do azoto e do fósforo e também os contaminantes emergentes cujos impactos nem estão devidamente estudados. Parece que ainda nem todos perceberam que o planeta Terra, a nossa casa comum, tem limites...
A título de exemplo, refira-se que a nível mundial, as atividades humanas continuam extremamente dependentes dos combustíveis fósseis, que segundo dados da International Energy Agency asseguravam 87% da produção de energia primária em 1973 e ainda 81% em 2019...dados especialmente aflitivos se levarmos em consideração que a quantidade total de energia produzida quase triplicou. Quanto à biodiversidade, nenhum dos objetivos que as Nações Unidas tinham estabelecido para 2020 foi inteiramente alcançado. Sucedem-se as notícias sobre colapso de ecossistemas e desaparecimento de espécies. De que estamos à espera? Seremos capazes de fazer diferente nos próximos anos?
Os problemas ambientais globais afetam todos, mas também requerem o esforço de todos. Não vale dizer que o meu país, a minha empresa, a minha instituição ou a minha família não é responsável pelos desastres e que os outros é que terão de mudar. Que agora não é a melhor altura porque estamos numa pandemia, porque há uma guerra. A urgência da sustentabilidade é real e diz respeito a cada um e cada uma. Ninguém pode pôr-se de fora.
Foi também há cinquenta anos que o Iscte foi fundado, com o desígnio de contribuir para o desenvolvimento económico e social do país. Muito trabalho se tem feito para esse fim, incluindo mais recentemente a componente ambiental. O Iscte criou há mais de uma década o mestrado multidisciplinar em Estudos do Ambiente e Sustentabilidade. Implementámos também um programa de sustentabilidade que permitiu, em 2018, o reconhecimento como a primeira instituição de ensino superior portuguesa a obter certificação ambiental com a norma ISO14001. É suficiente? Claro que não. Temos de continuar a trabalhar, com toda a comunidade, para reduzir os nossos impactes negativos e potenciar os positivos, fazendo parte das soluções e não só dos problemas.
É urgente mudar a forma de pensar na sociedade humana, como algo distinto da natureza, pois só existimos no contexto da vida que nos rodeia. Cada planta, cada fungo, cada inseto, enfim, cada ser vivo, merece a nossa atenção e respeito. Os processos naturais são incrivelmente complexos e devem ser protegidos e regenerados. Se não percebermos isto, não iremos prosperar nos próximos 50 anos.
Catarina Roseta Palmadocente e diretora de Sustentabilidade do Iscte Expresso, 27.05.2022
Entrevista
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RTP
Participação no programa da RTP, Planeta A - Episódio 9.
Opinião
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Negócios
Podemos acreditar que é tudo “greenwashing”, mas a verdade é que o investimento em energias renováveis no setor elétrico, a nível global, já supera o investimento em fontes fósseis desde 2016, atingindo em 2023 um rácio de 1,7:1.
Opinião
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Negócios
Um novo ano no calendário é considerado por muitos uma boa oportunidade para fazer um balanço sobre o que foi o ano anterior e para adotar resoluções de mudança sobre alimentação e saúde, estratégias de desenvolvimento pessoal, e gestão do dinheiro. Apesar de a maioria das resoluções de Ano Novo ficarem por cumprir, algumas pessoas alteram realmente o seu comportamento e alcançam resultados favoráveis. O que nos ajuda a mudar com sucesso?
Opinião
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Negócios
Porque é que temos de registar os terrenos separadamente em três sistemas diferentes? Alguém consegue gerir o seu património condignamente nesta burocracia?
Opinião
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Negócios
É essencial parar de exigir “limpeza”, como se a vegetação espontânea fosse algo sujo, e em vez disso reconhecer a importância da proteção do solo e os benefícios ambientais do mato. Estamos a gastar dinheiro público para subsidiar o deserto.
Análise
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Público
Investigadores portugueses calcularam o valor económico que os castores podem ter nos restauros dos rios.
Opinião
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Negócios
Para um país que diz procurar a neutralidade carbónica, uma trajetória de aumento do consumo de combustíveis fósseis é inaceitável.
Opinião
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Negócios
Por uma agricultura com futuro
Infelizmente, a revolta atual dos agricultores tem sido associada às novas estratégias incluídas no Pacto Ecológico Europeu, nomeadamente a estratégia da Biodiversidade e a estratégia "Do Prado ao Prato"
Notícia
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Briefing
Mesa-redonda sobre a temática, com moderação da docente do Iscte Executive Education Catarina Roseta-Palma, e participação da sócia da Morais Leitão Catarina Brito Ferreira e da CEO da Systemic, Sofia Santos.
Opinião
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Negócios
Eco ao quadrado: é tempo de cerejas
Escolher produtos de época traz diversas vantagens ao consumidor (.„). Ao comprar de época, estamos provavelmente a apoiar produtores locai.
Artigo
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Jornal de Notícias
Eco ao quadrado - Conhecer para proteger
Na última década, as políticas de redução desta perda não tiveram resultados minimamente aceitáveis: nenhum dos 20 objetivos de Aichi, definidos em 2011, foi alcançado na totalidade até 2020.
Opinião
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Público
Não tiveram a coragem de prevenir, vão ter de remediar — as lições de Valência
Na semana da COP29, é importante aprender com os desastres naturais e políticos de Valência.
Artigo de Helena Lopes e Catarina Roseta Palma.