O projeto de pós-doutoramento intitulado “O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e a História da Investigação em Arquitectura” visa expor a um público alargado o início do desenvolvimento da investigação científica em arquitetura e urbanismo em Portugal. A investigação científica em arquitetura e urbanismo surgiu no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), no início da década de 1960, como uma área científica premente face à conjuntura internacional do pós-guerra. Esta instituição pública, apoiada pelo Ministério das Obras Públicas, foi fundamental na medida em que reuniu investigadores com diferentes formações profissionais (como arquitetos, engenheiros, sociólogos e matemáticos) para desenvolverem os seus primeiros trabalhos de investigação científica, centrados nas problemáticas da habitação e da intervenção urbana. Sem tradição em estudos científicos nestes dois domínios, este grupo de jovens arquitectos-investigadores, teve como referência os temas e metodologias de pesquisa desenvolvidas por investigadores e centros de investigação internacionais, mas no LNEC reuniram a oportunidade necessária para desenvolverem os seus próprios trabalhos de investigação e as suas próprias metodologias. Mais tarde, os contributos destes trabalhos de investigação vieram a orientar a prática arquitetónica e certas decisões políticas, sobretudo após a queda da ditadura em 1974, com reflexos na atualidade. Com base em fontes primárias, incluindo documentação arquivada na biblioteca e nos arquivos do LNEC, mas também na análise qualitativa de diversas entrevistas e depoimentos orais efetuados a investigadores do LNEC, este projeto de pós-doutoramento pretende identificar quem foi a primeira geração de arquitetos-investigadores do LNEC, discutir as principais estratégias e metodologias de pesquisa e verificar a aplicabilidade da investigação na vida profissional.

Nos últimos anos, toda a base legal e regulamentar do Sistema de Planeamento Português sofreu uma reforma ambiciosa e de longo alcance. No entanto, hoje, como no passado, o grande esforço na produção de nova legislação e regulamentação não foi acompanhado por um esforço semelhante na produção de doutrina de planeamento, aqui entendido como um vasto e coerente conjunto de políticas de planeamento e medidas de implementação, capazes de melhorar, do ponto de vista técnico e científico e sob uma abordagem baseada em evidências, não só a qualidade da prática de planeamento, mas também, e principalmente, seu papel pró-ativo, incorporando novos e emergentes tópicos e desafios e preocupações sociais, promovendo mudanças e abertura a novas vias de transição para o futuro. Este papel pró-ativo de planeamento, defendido aqui, contrasta com a sua posição conservadora tradicional em Portugal (e em outros Estados-Membros da UE), de olhar para trás e passivamente acomodando, senão desacelerando, a mudança e a reforma social e física de nossas cidades e metrópoles . O planeamento pode, e deve, constituir um dispositivo transformador nas nossas cidades na Europa e em outros lugares, particularmente nos tempos atuais e com uma visão a longo prazo. De fato, as mudanças atuais parecem muito mais profundas nos tecidos urbanos existentes experimentando recomposições profundas de funções e atividades, do que em termos físicos, em termos estritos, onde os investimentos passados em infra-estruturas e no ambiente construído pareciam ter excedido a procura real e gerado um excedente da reserva de construção que, alguns anos depois, ainda permanece parcialmente vazia ou subutilizada. O programa de Planeamento Espacial para Mudança (SPLACH) baseia-se em algumas das principais áreas de conhecimento dos centros de pesquisa CITTA, DINÂMIA'CET-IUL e GOVCOPP. Foram identificadas duas a três principais áreas de conhecimento para cada centro: cidades pós-carbono, políticas transformadoras, ordenamen...

Os objetivos do projeto são desenvolver uma análise comparativa do comportamento metabólico da Área Metropolitana de Lisboa em diferentes períodos históricos (desde o período pré-industrial até o presente) e, portanto, avaliar o comportamento da forma urbana (genericamente) ao sistema metabólico em uso no próprio período histórico em análise. Além disso, pretende-se identificar elementos de forma urbana em momentos históricos particulares que foram determinantes para transformar fluxos de material e água na cidade. A estrutura urbana da cidade será avaliada com base em metodologias fornecidas por (i) pesquisa de Contabilidade de Fluxo de Material Urbano, ii) contabilidade de fluxo de substância e (iii) avaliação da evolução morfológica da forma urbana. Essa avaliação da evolução do metabolismo urbano visa avaliar motivadores e respostas bem-sucedidas para transformar o metabolismo atual promovendo um ambiente urbano mais sustentável.