Porque é que há quem queira afectar a ordem política? Ao que parece, para ganhar estatuto.

Diz o ditado que "quem não se sente não é filho de boa gente", palavras que considero como que sagradas. No outro dia, mais uma vez, dei por mim a argumentar porque é que o que faço tem valor, algum valor.

 Nem sempre mais recursos ou mais investimento significa uma melhor administração pública. Há medidas avulsas que o Estado português tem procurado incentivar, mas nem sempre com grande sucesso.

Hoje, a Madeira, apesar de tudo, é outra coisa que não foi e o Miguel Albuquerque está longe de ser o Alberto João Jardim.

A avaliação tornou-se um exercício de extrema subjetividade a partir do momento em que se abandonou por completo uma apreciação quantitativa dos currículos dos candidatos ao concurso da FCT.

Entramos, a partir de agora, em "Consulta Pública", numa altura em que o país atravessa um dos momentos mais atípicos e caricatos da história política recente. Mais de uma semana depois das legislativas, ainda não há um vencedor oficial. Só hoje ficará concluída a contagem dos votos da emigração, dia em que termina também a ronda de encontros entre o Presidente da República e os partidos. Temos já anunciada uma moção de rejeição a um programa de Governo que ainda não existe, temos também notícia de um orçamento retificativo, ao que tudo indica aprovado, mesmo sem sabermos se esse orçamento será ou não uma realidade. Vamos tentar perceber o que se segue na vida política nacional, com a ajuda dos nossos convidados: Marina Costa Lobo, politóloga e diretora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; Patrícia Calca, cientista política, investigadora e professora no ISCTE; André Freire, politólogo e professor catedrático do Instituto Universitário de Lisboa; Marco Lisi, professor e investigador de Ciência Política no Instituto Português de Relações Internacionais; Filipe Teles, professor de Ciência Política e pró-reitor da Universidade de Aveiro.

Nestes quase 50 anos de democracia assistimos à tomada de posse de 24 governos, dos quais nove (agora dez) foram governos de coligação. Desses, 15 foram governos minoritários. Artigo de Patrícia Calca.