A investigação científica tem demonstrado inequivocamente que as alterações climáticas têm implicações profundas e multifacetadas para as sociedades, assim como para os sistemas biofísicos, e que tais implicações agravar-se-ão nas décadas futuras. Os impactos climáticos, e as medidas de mitigação e adaptação para os conter, irão afetar particularmente as pessoas que são atualmente jovens. Em Portugal, e em todo o mundo, o futuro dos jovens e de outros grupos etários também será moldado por outros desafios ligados à sustentabilidade, como a pandemia de COVID-19 tem mostrado.
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, 2018) e múltiplos analistas têm vindo a destacar a necessidade de uma ‘mudança sistémica transformativa’ de modo a cumprir os objetivos do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. Diversas abordagens e propostas têm surgido para responder à necessidade de fomentar transformações para a sustentabilidade social, económica e ambiental, assim como de apoiar os seus agentes e impulsionadores (Linner & Wibeck, 2019).
Vários estudos têm revelado que os discursos tecnocráticos têm uma posição dominante nos media e noutros espaços públicos, a par com perspetivas que se focam na mudança individual (Carvalho et al., 2018). No entanto, as transformações para a sustentabilidade são eminentemente políticas, com as questões de poder, justiça e redistribuição no seu cerne. O pluralismo político e a contestação são fundamentais para ultrapassar a condição pós-política das alterações climáticas e para re-politizar o Antropoceno, nomeadamente através da exposição e debate de visões divergentes sobre futuros sócio-ecológicos possíveis (Lövbrand et al., 2015).
As recentes mobilizações sociais pelo clima demonstram claramente que os jovens estão ou querem ser envolvidos nos debates sobre as alterações climáticas e na construção de futuros climáticos. O projeto JUSTFUTURES pretende contribuir para o estudo da agência e dos imaginários políticos dos jovens, através do mapeamento dos grupos de ação coletiva atualmente existentes, da análise das suas narrativas e discursos sobre futuros climáticos e, através de trabalho de campo extensivo, da compreensão de significados e imaginários políticos. JUSTFUTURES pretende analisar o modo como os jovens concebem o seu papel nas transformações sociais que será necessário implementar nas próximas décadas no sentido de uma sociedade mais sustentável. Compreender os imaginários dos jovens em relação ao futuro e as suas concepções de agência na mudança social são dimensões centrais do plano de investigação. Ao olhar para a cidadania como um ‘feito comunicativo’ (Hausendorf & Bora, 2006), o projeto também tem uma dimensão orientada para a ação, visando contribuir para a capacitação de grupos de jovens para refletir sobre e expandir o seu engajamento com as alterações climáticas e a sustentabilidade. Desse modo, irá ajudar a criar oportunidades para os jovens visualizarem, planearem e construírem futuros justos.
Numa altura em que muitos problemas estruturais estão a produzir diversas formas de insustentabilidade, em que as democracias estão a ser testadas por múltiplas formas de nacionalismo, populismo e xenofobia, e em que se verifica uma intensificação de desigualdades socioeconómicas, estando muitos destes problemas a ser agravados pela pandemia de COVID-19, é urgente uma reflexão sobre as políticas para a transformação da sociedade, de modo a potenciar as políticas e oportunidades existentes, e imaginar e construir outras políticas que promovam alterações fundamentais nos sistemas sociais e económicos de maneira democrática e justa. Partindo de recomendações de vários autores (e.g., Fazey et al., 2018; West & Worliczek, 2019), este projeto integra diferentes abordagens das ciências sociais, de modo a compreender e facilitar uma transição democrática para sociedades mais sustentáveis, resilientes e justas. Para tal, irá promover a abertura de espaços de diálogo e de co-produção entre a comunidade científica e um tipo de ator que é absolutamente crítico na construção de transformações para a sustentabilidade: os jovens.
Centro de Investigação | Grupo de Investigação | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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CIS-Iscte | Comunidade, Educação e Desenvolvimento | Parceiro | 2021-02-17 | 2021-02-17 |
Instituição | País | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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Universidade do Minho (UMinho ) | Portugal | Líder | 2021-03-29 | 2024-03-28 |
CIIE - Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE-FPCEUP) | Portugal | Parceiro | 2021-03-29 | 2024-03-28 |
Nome | Afiliação | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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Maria Fernandes-Jesus | Investigadora Associada (CIS-Iscte); | Investigadora Responsável | 2021-03-29 | 2021-02-17 |
Dora Rebelo | Professora Auxiliar Convidada (DS); | Investigadora | 2022-06-15 | 2023-06-14 |
Mali Üzelgün | Investigador Integrado (CIES-Iscte); | Investigador | 2021-03-29 | 2024-03-28 |
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Com o objetivo de aumentar a investigação direcionada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030 das Nações Unidas, é disponibilizada no Ciência-IUL a possibilidade de associação, quando aplicável, dos projetos científicos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estes são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável identificados para este projeto. Para uma informação detalhada dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, clique aqui.