A discriminação, a exclusão social e o estigma têm um impacto significativo no bem-estar físico, psicológico e social das pessoas trans. Esta população tem sido sinalizada como em maior risco para problemas de saúde mental, tais como depressão, ansiedade, fobia social, abuso de substâncias ou perturbações alimentares (Brian, Garofalo & Emerson, 2010; Gómez-Gil, Trilla, Salamero et al., 2009; Nemoto, Bodeker & Iwamoto, 2011; Nuttbrock et al., 2010; Pitts, Couch, Mulcare et al., 2009; Rotondi et al., 2011; Vocks, Stahn, Loenser & Tegen-bauer, 2009); com as taxas mais elevadas de suicídio e de tentativas de suicídio de entre os outros grupos estigmatizados por razão de origem étnica ou cultural, religiosa, de idade, género, orientação sexual e/ou nível funcional (Magen & Shipherd, 2010; Nuttbrock et al, 2010). Em suma, as experiências de discriminação colocam barreiras significativos à saúde mental e ao bem-estar de pessoas trans.
Recentemente, a legislação em Portugal foi alterada relativamente ao reconhecimento legal da identidade de género. Há dados indicativos de que o reconhecimento da identidade de género perante outros/as (isto é, perante o contexto social alargado) desempenha um papel crucial não só na integração social como também na aceitação pessoal (e.g., Couch, Pitts, Croy, et al., 2008; Pinto & Moleiro, 2015). Ainda assim, apenas uma parte da população trans tem acesso a esse reconhecimento e, quando o faz, as barreiras ao acesso a serviços de saúde e outros apoios de qualidade nem sempre têm sido supridas (ver Relatório Final de Projeto financiado pela CIG – EEA Small Grants Scheme, por Moleiro & Pinto, 2016). Assim, por um lado, existe ainda um vazio sobre as experiências da diversidade de pessoas cujas identidades e expressões de género transgridem ou traduzem vivências fluidas e não-binárias do género. Por outro, a investigação tem revelado a necessidade de informação, sensibilização e até formação de diversos públicos-alvo em matérias de género e de identidades de género.
O presente projeto visa estudar esta população e dar resposta a estas questões, através do estudo da saúde e cidadania de pessoas Trans em Portugal, em colaboração com o INSERM (Professor Alain Giami) e comparação transcultural. Ainda procura (i) desenvolver ações de informação e sensibilização na área do combate à discriminação com base no género e na identidade de género, em especial no acesso à saúde física e psicológica, e à vivência plena da cidadania de pessoas Trans; e (ii) desenhar ações de formação para técnicos/as de intervenção social, comunitária e em saúde para desenvolvimento de competências de apoio e intervenção com pessoas Trans em Portugal.
Centro de Investigação | Grupo de Investigação | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
---|---|---|---|---|
CIS-Iscte | -- | Parceiro | 2010-01-01 | 2010-12-31 |
Instituição | País | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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The French National Institute for Health and Medical Research (Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale - Inserm (Inserm) | França | Parceiro | 2017-06-01 | 2019-12-31 |
Nome | Afiliação | Papel no Projeto | Data de Início | Data de Fim |
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Carla Moleiro | Professora Associada (DPSO); Investigadora Integrada (CIS-Iscte); | Investigadora Responsável | 2017-06-01 | 2019-12-31 |
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Com o objetivo de aumentar a investigação direcionada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030 das Nações Unidas, é disponibilizada no Ciência-IUL a possibilidade de associação, quando aplicável, dos projetos científicos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estes são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável identificados para este projeto. Para uma informação detalhada dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, clique aqui.