Os educadores de infância podem promover ou inibir o desenvolvimento da regulação emocional nas crianças (Denham, Bassett, & Zinsser, 2012). O conflito entre o educador e a criança está, por exemplo, negativamente associado à regulação emocional (Garner, Mahatmya, Moses, & Bolt, 2014). No âmbito da teoria da vinculação (Ainsworth et al., 1978; Bowlby, 1982), têm-se encontrado associações entre a sensibilidade materna e o desenvolvimento da regulação emocional (e.g., Cassidy, 1994). Considerando o contexto teórico-prático descrito, o presente estudo tem como objetivo testar o efeito moderador da qualidade da relação educador-criança na relação entre a sensibilidade materna e a regulação emocional das crianças em idade pré-escolar, quando controlado o temperamento, a competência verbal, o sexo e a idade das crianças. Para esse efeito, reportaremos resultados baseados numa amostra de 58 salas de jardim de infância (área da Grande Lisboa), num total de 318 crianças (4-6 anos) e respetivas mães. A sensibilidade materna foi avaliada através da Tarefa dos Três Sacos (NICHD Early Child Care Research Network, 1999), a regulação emocional através da Emotion Regulation Checklist (Shields & Cicchetti, 1995, 1997), a relação educador-criança através da Student-Teacher Relationship Scale – Short Form (Pianta, 1992/2010), o temperamento através do Children’s Behavior Questionnaire (Putnam & Rothbart, 2006) e a capacidade verbal através do Peabody Picture Vocabulary Test – Revised (Dunn, 1986). Espera-se contribuir para o avanço do conhecimento sobre os preditores da regulação emocional das crianças em contexto de jardim de infância, descrevendo efeitos potenciadores e/ou compensatórios de diferentes níveis de qualidade da relação educador-criança.

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