Esta apresentação centra-se num estudo exploratório, de carácter qualitativo, sobre a implicação do accountability na prática profissional dos assistentes sociais e simultaneamente na organização e funcionamento das instituições, especificamente nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ). O Sistema Nacional de Promoção e Proteção à criança, consubstanciado na Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, assente num princípio de subsidiariedade, tem com objetivo a aplicação de um conjunto de Medidas de Promoção e Proteção, exigindo estratégias e instrumentos de avaliação durante o processo de construção do diagnóstico e tomada de decisão, na perspetiva de eficiência e eficácia dos desempenhos e das próprias organizações. No mesmo sentido, assiste-se a uma orientação de “new management” tendendo a transformar os clientes em consumidores e as suas necessidades em mercadoria, sendo que nesse processo, o conhecimento e a experiência do sujeito são facilmente desvalorizados em favor da racionalidade burocrática e fiscal. As entrevistas realizadas a assistentes socias que integram ou integraram as CPCJ e investigadores nesta área científica permitiram identificar lacunas na organização e funcionamento das CPCJ, destacando-se que existe um conjunto de mecanismo que podem ser implementados para conferir práticas profissionais com respostas mais eficazes e eficientes e, simultaneamente, contribuir para o aumento de qualidade das instituições. Os entrevistados conferem à abordagem colaborativa com os parceiros da comunidade uma potencialidade pouco explorada nas comissões. A participação, é também, um instrumento de relevo com o envolvimento da comunidade e dos parceiros. A perceção é que o accountability pode potenciar as práticas de intervenção social, de responsabilização ética, incitando à produção de novos instrumentos e métodos de trabalho, proporcionando mais qualidade, eficácia e eficiência à prática, contribuindo para a implementação de mecanismos como supervisão, transparência, avaliação e participação O Serviço Social tem o privilégio de estar no terreno a operacionalizar as políticas da infância, em simultâneo tem a responsabilidade de dar voz às crianças, jovens e famílias, com quem intervêm. Neste sentido, é fulcral que

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Accountability,Crianças e Jovens,Intervenção Social