Centremo-nos não no resultado do trabalho de Le Corbusier, mas nos três primeiros passos que o levam à criação (Regarder, Observer, Voir) e, mais especificamente, nos seus desenhos de viagem, procurando reflectir sobre uma posição particular relativamente ao que observa – a de estar acima. Se o que observa nem sempre é o que tem ao seu dispor mas o que, muitas vezes com propósito, procura, também nem sempre se conforma com a visão a 1,60m que a sua estatura de Homem lhe proporciona. Procura constantemente a visão do pássaro, quer seja desde o terraço da Torre Eiffel, desde o topo de uma montanha, ou a bordo de um avião. Le Corbusier, fascinado pelo avião em todos os sentidos (incluindo o seu desenho e o seu significado), não o utilizou apenas como um mero meio de transporte, mas como uma ferramenta de projecto e de observação dos lugares. Fez registos, através do desenho e da escrita, ao sobrevoar casualmente um determinado fenómeno, mas também quando recorria ao avião propositadamente para que ele lhe dissesse a verdade acerca de um lugar determinado.

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Arquitectura,Paisagem,Le Corbusier