Comunicação em evento científico
Carreiras de I&D: Reflexão sobre as perspectivas de evolução das carreiras e seu enquadramento europeu na perspectiva dos sindicatos
Rosário Mauritti (Mauritti, R);
Título Evento
WORKSHOP NACIONAL CARREIRAS DE I&D Atrativas e Sustentáveis
Ano (publicação definitiva)
2023
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
--
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Abstract/Resumo
A apresentação reporta ao investigador doutorado que tem como atividade profissional principal a produção de conhecimento. A base de recrutamento destes profissionais tem vindo a alargar-se exponencialmente nos últimos anos, através do aumento do número de doutorados, sem que se tenham registado alterações substantivas no quadro institucional que teria melhores condições para acolher esta massa crítica: as Universidades, os Laboratórios de I&D e outras entidades privadas que funcionam sob tutela científica das Instituições de Ensino Superior que promoveram a sua criação. Os números sobre a empregabilidade dos doutorados, relativos ao arco temporal 2017-2022 em Portugal são muito claros: 1) doutorados contratados nas empresas são residuais – salvo áreas específicas da indústria de TELECOM, Informática e computação, áreas dos seguros e da gestão financeira e da Indústria Farmacêutica; 2) nos últimos cinco anos o recrutamento regular para a carreira de investigação envolveu apenas 161 novos postos de trabalho; 3) o Programa de regularização dos vínculos precários de trabalhadores da Administração pública (PREVPAP) apenas acolheu a regularização de 274 investigadores; 3) no todos de investigadores apenas 11% ocupam posições referenciadas nas categoriais de carreira; 4) acima de 3/4 dos investigadores têm posições de trabalho pautadas por vínculos precários – contratos a termo incerto ou a termo certo (fontes DGEEC e OECD). Estes números confirmam, assim, que, em Portugal, seja para os decisores políticos, como para os dirigentes das Instituições de ensino superior, a criação de condições de carreira atrativas e sustentáveis para os investigadores não tem sido uma prioridade. Na abordagem dos desafios colocados face a este panorama, encontramos razões históricas (Castro & Moniz, 2019). De facto, embora “habitem” nas IES e tenham contribuído significativamente para o seu posicionamento nos rankings internacionais, a esmagadora maioria dos investigadores só muito recentemente. Com o DL 57/2016 e a Lei 57/2017, passaram a ter uma relação de trabalho direta com as Instituições onde realizam a sua atividade de investigação; até então eram sobretudo bolseiros FCT – eternos formandos, sem direitos de trabalho legalmente constituídos. A reflecção em tornos das perspetivas de evolução para a constituição de um quadro institucional que permita uma melhor integração entre empregabilidade dos investigadores e perspetivas de carreira pode ser construída a partir de duas dimensões-chave. Uma primeira, porventura mais premente e debatida prende-se com o subfinanciamento crónico do sistema de ensino superior em Portugal, e de forma ainda mais agravada, com o caracter estruturalmente dependente face a fundos financeiros e projetos europeus. Uma segunda dimensão relaciona-se com questões culturais ou, como refere, Teresa Summavielle (2022), com “equívocos e esquecimentos” em relação à forma como a precariedade dos investigadores tem vindo a ser interpretada, por outras partes interessadas nos resultados do seu trabalho. A comunicação desenvolve estas duas perspetivas.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Precariedade dos investigadores,carreiras de investigação,barreiras culturais,subfinanciamento da ciência

Com o objetivo de aumentar a investigação direcionada para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para 2030 das Nações Unidas, é disponibilizada no Ciência-IUL a possibilidade de associação, quando aplicável, dos artigos científicos aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Estes são os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável identificados pelo(s) autor(es) para esta publicação. Para uma informação detalhada dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, clique aqui.