Os indivíduos que cresceram na era digital têm sido apelidados de nativos digitais, putativamente experientes e literatos no usos dos novos media, em comparação com outras coortes geracionais, integrando a tecnologia como uma parte integrante das suas vidas. No entanto, este trabalho tem como objetivo fazer uma avaliação crítica das abordagens que naturalizam a noção de "nativo digital", apoiada pelos dados disponíveis do inquérito Sociedade em Rede sobre a relação de indivíduos de diferentes coortes com as novas tecnologias. Usando o conceito de nativos digitais sem proceder a uma análise comparativa cuidadosa e extensiva corre o risco de mascarar situações sociais assimétricas (social, económica, geográfica, sexo, educacionais, culturais), tanto em indivíduos jovens e seniores. A nossa análise tem em conta propostas alternativas que argumentam que o grau de utilização, as formas de domesticação e a experiência têm potencialmente maior poder explicativo do que a simples comparação interoperacional, seguido de breves considerações sobre implicações para as políticas públicas.

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