Book chapter
Ecletismo ou distinção? Cinema, espetáculos ao vivo, festivais e festas locais
Vera Borges (Borges, V.);
Book Title
Práticas Culturais dos Portugueses: Inquérito 2020
Year (definitive publication)
2022
Language
Portuguese
Country
Portugal
More Information
--
Web of Science®

This publication is not indexed in Web of Science®

Scopus

This publication is not indexed in Scopus

Google Scholar

This publication is not indexed in Google Scholar

Abstract
Este capítulo reúne e analisa um conjunto de indicadores relativos ao acesso à cultura, sinalizado, no Inquérito às práticas culturais dos pela frequência das salas de cinema, espetáculos ao vivo, festivais e festas locais. Descrevemos cenários possíveis de estruturação das práticas culturais dos portugueses e estamos interessados em identificar valores partilhados com outros países, paradigmas, modelos comuns ou diferenciados do consumo cultural. Vamos dialogando com as tendências de evolução das políticas públicas para a cultura (Bonet & Négrier, 2018). Damos a conhecer as motivações dos indivíduos e as razões pelas quais não vão mais vezes aos espetáculos, o que nos dará informação sobre as condições de oferta e procura cultural no país. Não rejeitamos que as análises quantitativas têm riscos e as comparações com países com décadas de trabalho de perspetiva longitudinal têm alguns limites (Costa 2004; Katz-Gerro 2011). Todavia, este Inquérito nacional mede um escopo alargado de consumos culturais e a sua análise incide sobre variáveis estruturais. Vai permitir-nos discutir o que as políticas públicas têm vindo a fazer, o que ainda podem desenvolver, e aferir sobre os circuitos de criação e difusão que as sustentam. A superação do grau zero do consumo cultural está conseguida, o que fica a dever-se à ida às salas de cinema, aos concertos, festivais e festas locais. Mas, que tendências de consumo estão reservadas à ópera, ao ballet ou à música clássica? Quais os perfis dos públicos de teatro, circo e outras danças? A qualidade da análise dos dados ganhará se tivermos em conta o conjunto das práticas e o ecletismo cultural contemporâneo. Estudos pioneiros de J. M. Pais (1994), C. Fortuna e A. S. Silva (2002), e J. T. Lopes (2008) inscrevem-se nessa perspetiva, que seguiremos. Descrevemos o sentido do ecletismo e as combinatórias do consumo cultural in situ. Revisitamos o argumento da distinção cultural e procuramos testar a “orientação omnívora” dos inquiridos. Veremos que é o ecletismo dos mais jovens e mais instruídos que faz eco do “omnivorismo cultural”. Por fim, discutimos até que ponto se atenuam ou reforçam as clivagens sociais pela intensificação do consumo cultural on-line, durante a crise pandémica. Os resultados refletem o longo caminho que a democratização cultural tem pela frente e permitem-nos concluir que, apesar dos efeitos da massificação do ensino, estes dados são perturbados pela origem e posição social dos indivíduos na estrutura profissional. Feita a apresentação dos objetivos, a ressalva quanto aos limites da investigação, observemos as regularidades do consumo cultural destas práticas. Começamos com uma breve revisão da literatura, segue-se a metodologia, os resultados e a síntese conclusiva.
Acknowledgements
À Fundação Calouste Gulbenkian. Ao ICS-UL.
Keywords
Práticas culturais-Portugal/ Sociologia da cultura/ Estudos culturais/ Cultura/Inquéritos
  • Sociology - Social Sciences

With the objective to increase the research activity directed towards the achievement of the United Nations 2030 Sustainable Development Goals, the possibility of associating scientific publications with the Sustainable Development Goals is now available in Ciência-IUL. These are the Sustainable Development Goals identified by the author(s) for this publication. For more detailed information on the Sustainable Development Goals, click here.