Nesta comunicação, quero discutir como o medo da gravidez é construído enquanto uma experiência social relacionada às práticas contraceptivas de pessoas que se autoidentificam como mulheres heterossexuais e bissexuais de estratos sociais médios. Nesse sentido, examino de que formas esta emoção é significada em narrativas de relatos de vida (Kofes 1994; Bertaux 1999), desenvolvidas através de entrevistas no trabalho de campo que venho desenvolvendo em Lisboa (Portugal) e Fortaleza (Brasil) desde 2021. A partir de horizontes teóricos relacionados aos debates sobre antropologia das emoções, reprodução social, gênero, sexualidade e poder, proponho um argumento que traga reflexões sobre a multidimensionalidade de relações que confluem para e se refletem nas representações e vivências em torno do medo de engravidar. Para isto, considero elementos como legislações estatais; questões relativas a trabalho, precariedade e modos de vida; educação sexual escolar; dinâmicas familiares; e relações entre pares e em parcerias afetivo-sexuais. Esta comunicação integra uma investigação maior, que estou desenvolvendo para minha tese doutoral e tem foco nas bases socioculturais dos múltiplos exercícios de poder que atravessam as experiências contraceptivas.

Ao CRIA, pelo acolhimento na investigação doutoral; FCT Portugal, pelo financiamento.

Miedo,anticoncepción,antropología de las emociones,poder,historias de vida

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