Uma das questões mais importantes para os mundos das artes, hoje, é o extraordinário aumento da sua prática e circulação a nível regional, nacional, e internacional, através de uma variedade de instituições culturais, eventos, espaços, encontros, bienais, feiras, circuitos e mercados, e, especialmente, através das comunicações eletrónicas. Ao mesmo tempo, surgem localmente novas iniciativas artísticas. Muitas destas práticas, para além de criarem dinâmicas locais ativas, favorecem circuitos internacionais cada vez mais amplos. Nesta apresentação, vamos abordar a dimensão cultural da globalização, processo histórico, complexo e contraditório, de alianças, interdependências, hegemonias e ruturas. Discutiremos três pontos centrais: (i) a globalização e os modelos teóricos que nos ajudam a compreender como se organizam e funcionam os mundos globais das artes e da cultura; (ii) as práticas artísticas e a singularidade dos processos de mediação e os mecanismos das redes; (iii) as instituições globalizadas e o omnivorismo cultural. Utilizaremos as contribuições teóricas de Appadurai (1996), Buchholz (2020), Velthuis (2023), entre outros. Apresentaremos snapshots de trabalho dos artistas, nas artes e cultura contemporâneas. Mostraremos como é que a produção, avaliação, circulação e comercialização da arte, nos seus vários estados possíveis de singularidade e multiplicidade, continua a ser um objeto de estudo intrigante pelos mecanismos invisíveis, jogos e negociações constantes dos atores sociais, a agência de cada um, e as desigualdades de recursos e de capital geo-espacial.

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