In the interstices of plural and unequal societies: new data on the social situation of young Portuguese Ciganos
Event Title
IX Congresso Português de Sociologia, Portugal, Território de territórios,
Year (definitive publication)
2016
Language
Portuguese
Country
Portugal
More Information
Web of Science®
This publication is not indexed in Web of Science®
Scopus
This publication is not indexed in Scopus
Google Scholar
Abstract
A coexistência de pessoas e grupos marcados pela diversidade étnica, social, cultural, geográfica, religiosa e linguística é um tema que continua a gerar controvérsias acrescidas nas sociedades hodiernas. Se pensarmos na coexistência dos ciganos nas sociedades europeias não deixa de ser interessante verificar que a "questão cigana" é um facto iniludível que trespassa as fronteiras dos diferentes países europeus, suscitando controvérsias e ambivalências nas sociedades ditas multiculturais e/ou interculturais e pautadas pelo princípio do universalismo. Apesar da feição intercultural e universalista imprimida às políticas públicas, o não reconhecimento ou o reconhecimento incorreto do que é ser cigano por parte das instituições, bem como, a sua invisibilidade social no espaço público têm afetado negativamente várias dimensões da vida das pessoas ciganas. Em 2 estudos recentemente realizados, o Estudo Nacional sobre as Comunidades Ciganas (Mendes et al. 2014) e um outro de pendor qualitativo em que se entrevistaram 72 pessoas ciganas e se realizaram etnografias nos bairros e nas escolas nas duas AM´s é de realçar que o futuro dos filhos é percebido de modo diferente, colocando-se em perspectiva a possibilidade de prosseguirem uma escolha profissional tendo em vista a expetativa de estabilidade económica, de mobilidade social por via do trabalho, a valorização da escola como um meio para alcançar um "bom trabalho" e não como um fim.Os impactos da escolarização na vida profissional são ainda percebidos pelas pessoas ciganas como pouco relevantes face às expetativas criadas, o que se pode dever a factores associados à discriminação e ao racismo. Apesar de os jovens ciganos continuarem a ter uma formação escolar muito abaixo da média nacional, embora significativamente maior do que a dos seus pais, contudo, estão sempre muito condicionados por factores estruturais ligados à lógica de funcionamento do mercado de trabalho e quando acedem, é quase sempre a profissões mais desqualificadas.
Acknowledgements
--
Keywords